"Glória do desporto nacional". Esse é o Internacional, que honrou o seu hino e nesta quarta-feira, 18, no Beira-Rio, ficou com o título da Copa Libertadores. A segunda conquista da sua história veio com o 3 a 2, de virada, sobre o Chivas Guadalajara. Rafael Sóbis, Leandro Damião e Giuliano colocaram o time com o troféu no Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, nos Emirados Árabes.
Para os colorados, esse segundo título era uma obsessão desde pelo menos 1995, ano em que o arquirrival Grêmio alcançou o mesmo feito - também venceu em 1983. De quebra, se igualou ainda a Santos (1962 e 1963) e Cruzeiro (1976 e 1977). Flamengo (1981), Vasco (1998) e Palmeiras (1999) têm um título cada um. O São Paulo ficou três vezes com o troféu (1992, 1993 e 2005).
Na vitoriosa campanha, o time ainda se viu em uma troca de técnico. Celso Roth substituiu Jorge Fossatti antes da primeira semifinal. Deu certo. Conseguiu oito vitórias, três empates e três derrotas.
Problemas. O "mar vermelho", que tomou conta do Gigante mais uma vez, sofreu com a ausência de Alecsandro. O atacante não se recuperou de uma lesão muscular na coxa, sofrida ainda na vitória (2 a 1) do primeiro jogo. Rafael Sobis entrou no seu lugar. Mas o problema mesmo estava no ataque do outro lado: Bautista levou perigo ao goleiro Renan.
Guiñazu e, principalmente, D´Alessandro tentavam colocar ordem na casa. Quando o volante e o meia jogaram com a bola no chão, o time passou a organizar melhor as ações ofensivas.
Mas quem marcou mesmo foi o Chivas. Em uma bobeira da defesa colorada, Omar Bravo escorou para área e Fabian, de voleio, marcou aos 42 minutos da primeira etapa. Comemoração do time mexicano, um balde de água fria na equipe brasileira.
"Temos que tentar fazer dois gols", disse Tinga, na saída para o intervalo, sem perceber que mais um apenas já resolveria. "Foi um descuido de nada, mas temos que voltar melhor para a segunda etapa", prometeu o capitão Bolívar.
E para a etapa complementar o time realmente melhorou. Com seus cruzamentos precisos, Kleber passou a entrar mais no jogo. Taisson então também melhorou e até chegou a dar trabalho para o assustado goleiro Michel. Fundamental no esquema de Roth, Tinga só saiu de campo depois de um profundo corte na cabeça, causada pelo próprio companheiro.
Estrelas. Rafael Sobis, um dos que estava na conquista de 2006, mostrou novamente como se faz. Ele recebeu bola na área e dividiu com o Michel para solar para o gol. Comemorou isolado pelos companheiros e com uma dor no braço, devido ao choque com o goleiro.
Cansado, foi a última participação de Sobis no jogo. Nem precisava de mais. Em seu lugar entrou o jovem Leandro Damião, de 20 anos. O atacante roubou a bola no meio-campo, avançou sem marcação e tocou para o fundo das redes.
A torcida não teve dúvida e, sem medo, começou a gritar "é campeão". Por pouco não viu o gol de Giuliano, tantas vezes decisivo na competição. Ele se livrou de três marcadores para dar só um toquinho por cima do goleiro. Sem a menor cerimônia, foi comemorar com a torcida o título conquistado.
Os colorados ainda sofreram um revés. Patricio Araujo aproveitou o rebote para marcar o segundo, no último lance do jogo. De nada adiantou, a festa em Porto Alegre já tinha começado e o Inter ficou com o título.