Quando acertou um amistoso com o Barcelona como parte do pagamento da transferência de Neymar, o Santos não imaginou que uma simples partida causaria tanto estrago no clube. Após a derrota por 8 a 0 de sexta-feira, a torcida pichou o muro da Vila Belmiro, dirigente do clube ameaçou cancelar um novo amistoso contra os espanhóis - que já está agendado -, e até o Taiti, saco de pancadas da Copa das Confederações, convidou o Santos para fazer um amistoso.
O convite da modesta seleção da Oceânia veio pelo Twitter. "Você quer marcar um amistoso com a gente? @santosfc", foi publicado no perfil da seleção que levou 24 gols e marcou um em três jogos na Copa das Confederações. A diretoria santista não se pronunciou sobre a brincadeira dos taitianos.
Mas os dirigentes já estudam recusar novo jogo com o Barcelona. O vice-presidente do clube, Odílio Rodrigues, admitiu que o confronto, marcado para acontecer no Brasil até setembro, pode ser cancelado.
"O jogo em Barcelona, pelo contrato, era obrigatório. O jogo do Brasil, o Santos tem de fazer uma análise. É uma partida que não temos a obrigação de jogar", disse o dirigente. Caso a partida não aconteça, o Santos ganha 4,5 milhões (R$ 14 milhões) e este é o argumento usado para pensar em desistir do confronto. "Temos a garantia do dinheiro", lembrou.
A histórica goleada sofrida aumentou ainda mais a pressão sobre a diretoria. No início da madrugada de sexta para sábado, torcedores protestaram na frente da Vila Belmiro e picharam muros do estádio. As críticas foram direcionadas ao presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro e aos membros do Comitê de Gestão do clube. "Fora LAOR" e "Fora C.G.", eram as pichações.
Até na Espanha ocorreram protestos. Cerca de 20 torcedores foram até a porta do hotel onde o clube ficou hospedado e discutiram com alguns membros da diretoria, acusando-os de expor desnecessariamente os garotos a um vexame. De volta ao Brasil, os jogadores tentarão esquecer a goleada e se preparar para enfrentar o Corinthians, quarta-feira, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro.
A tendência é que para o jogo com o rival o treinador Claudinei Oliveira preserve os garotos que mais sentiram o vexame e escale jogadores mais experientes, como Renê Júnior e Marcos Assunção no meio-campo, Thiago Ribeiro e Willian José no ataque. Também deve trocar os laterais Galhardo e Léo por Cicinho e Mena, respectivamente.