Menos de seis horas após o início da venda dos ingressos para a partida entre Brasil e Chile válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, os cambistas já começavam a lucrar em cima dos torcedores. Às 15 horas, a carga de 52 mil ingressos para o jogo do dia 7 de outubro, no Couto Pereira, já estava totalmente esgotada. Em todos os outros postos também não haviam mais ingressos.
Os ingressos foram distribuídos para a venda com 50% para as bilheterias do Estádio Couto Pereira, 15% para a Federação Paranaense, 10% para o Joaquim Américo, 5% para a Vila Capanema e os 20% restantes distribuídos em postos menores. Na Vila Capanema, do Paraná Clube, os ingresos se esgotaram em meia hora.
De nada adiantou as declarações do superintendente de futebol do Coritiba, Carlos Zaneti, que garantiu que todas as medidas foram tomadas para evitar a ação de cambistas. Assim que as bilheterias do estádio Couto Pereira encerraram suas atividades, o esquema de revenda de ingressos começou a funcionar.
Um dos mais felizes com a procura dos torcedores era o paulista "Boca", que trouxe de Americana vários ingressos comprados junto à agências de turismo. Desde as 7 horas, Boca e sua equipe já esperavam o início da venda nos cinco postos de venda autorizados. Com os bilhetes na mão, o grupo aplicava uma taxa de 100% de lucro na venda, repassando as arquibancadas a R$ 40,00 e as cadeiras inferiores a R$ 100,00.
A professora de Educação Física, Eneida Fenley, era uma das mais revoltadas com o fim dos ingressos. "Por que deixam os cambistas comprar um monte de ingressos de uma vez? É o fim da picada", bradava a professora, diante dos seguranças do Couto Pereira.