Um impasse ainda trava a renovação do contrato do técnico José Roberto Guimarães com a Confederação Brasileira de Vôlei. O presidente da entidade, Ary Graça, quer que Bernardinho, técnico da seleção masculina, e Zé Roberto, da feminina, sejam exclusivos.
José Roberto Guimarães diz que ainda aguarda uma reunião com Graça para poder decidir seu futuro. Ele não pretende abandonar o recém-montado time da Vôlei Amil, de Campinas, que disputará a Superliga feminina de vôlei.
"Preciso sentar com ele e ver o que ele está pensando. Existe uma vontade minha de continuar e parece que há vontade dele. Não me vejo fora da seleção", afirmou, dando a entender que confia na chance de dobrar Graça e fazê-lo recuar em relação à obrigatoriedade da dedicação exclusiva.
Indagado se pretendia pedir um aumento no caso de ser obrigado a ter apenas um emprego, Guimarães negou. "Não vou pedir aumento nenhum, não se trata disso".
Zé Roberto destaca que sua passagem pelo Pesaro, da Itália, e pelo Fenerhbaçe, da Turquia, foram importantes para aumentar seu repertório de conhecimento sobre as principais adversárias do Brasil, espalhadas por equipes que disputam a Champions League da Europa. Segundo jogadoras da seleção, o treinador agora pretende ficar perto da família.
Zé Roberto acha temerário ficar um semestre sem treinar uma equipe. "Quando você fica seis meses parado, você fica seis meses sem trabalhar a cabeça, sem se atualizar, sem pensar taticamente. Acho perigoso para um técnico ficar seis meses parado".
Ademais, as duas medalhas de ouro que conquistou nas duas últimas edições da Olimpíada comprovariam que o acúmulo de funções não seria prejudicial. "Sempre funcionou".