Futebol

Ídolo do clube, Bobô critica a diretoria do Bahia

17 mai 2013 às 14:40

Os péssimos resultados do Bahia, principalmente neste ano, quando já perdeu três vezes para o rival Vitória em casa, sendo duas por goleada, culminando nas saídas do gestor de futebol Paulo Angioni e do técnico Joel Santana, além das dispensas de 14 jogadores do elenco. Porém, para grande parte da torcida, o principal responsável pela crise do clube ainda está reinando no Tricolor: o presidente Marcelo Guimarães Filho.

A torcida tricolor tem intensificado os protestos contra o presidente. Já chegou até a pendurar um boneco em uma passarela de Salvador, simulando o seu enforcamento. Os torcedores ainda costumam chamar a situação atual do clube de "Esporte Clube Guimarães", pois reclamam que o presidente se acha o dono do Tricolor e não dá voz aos torcedores.


E o coro é engrossado pelo maior ídolo do Bahia, Bobô, ex-jogador, campeão brasileiro em 1988. Segundo ele, o Bahia vive uma espécie de ditadura, onde o poder é passado hereditariamente.


– No Bahia, desde sua fundação, há algumas famílias que dominam o clube, e a do atual presidente é uma delas. O pai do Marcelo Guimarães já foi presidente. Isso acontece porque o presidente é eleito pelo conselho do clube, que acaba votando de acordo com interesses pessoais ou seguindo correntes de influência. Isso tem que acabar urgentemente para podermos salvar o Bahia e reestruturá-lo. Para isso é necessário democratizar o clube, dá voz e direito de voto aos sócios – disse Bobô, em entrevista ao LANCE!Net.


A luta por essa democratização do Bahia não está só presente no discurso. Bobô faz parte de um movimento chamado Bahia da Torcida, que será lançado nesta sexta-feira, no auditório da Arena Fonte Nova. O projeto encabeçado por tricolores com força política e empresarial se opõe ao mandato de Marcelo Guimarães Filho e exigirá a renuncia do presidente, a aprovação de um novo estatuto e a democratização do clube.


– Eu estou participando do grupo Bahia da Torcida, que vai lutar pelo fim desse formato político do clube. Não é um movimento apenas de oposição, é um movimento de libertação. O objetivo é fazer o Bahia representar a torcida. Haverá uma campanha forte de marketing para chamar atenção, porque realmente queremos mudar o Bahia – contou.


FALTA DE CONFIANÇA NO TIME
O ídolo do Tricolor ainda comentou sobre suas expectativas para o futuro do Bahia dentro de campo. Porém, elas não são boas. Segundo Bobô, a equipe do Bahia não tem jeito de melhorar, a não ser que cheguem novos jogadores. Além disso, o ex-jogador também criticou a política do clube de contratação nos últimos anos.


– O Joel Santana foi embora, mas a verdade é que a culpa não é dele, nem do Jorginho, que dirigiu o time também este ano. Este time do Bahia é muito fraco. Estamos sendo humilhados frequentemente, está virando rotina, e a torcida está descrente. A montagem do time tem sido errada há anos. O Marcelo Guimarães investiu muito dinheiro em jogadores velhos, que não têm mais motivação para alcançar algo na carreira, como o Zé Roberto, o Kléberson, o Souza... Foi muito dinheiro gasto e que gerou muitas dívidas para Bahia desnecessariamente. É por isso que o Bahia tem que mudar a sua postura urgentemente, começando pela saída da diretoria – declarou Bobô, antes de reafirmar sua desconfiança:

– O técnico que chega ao Bahia hoje tem validade de 30 dias. Pode ser quem for que não vai conseguir dar jeito nisto. O problema está lá em cima, na diretoria, que acha que é dona do Bahia. O Bahia é dos tricolores. É assim que tem que ser.


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