Depois de marcar um gol e ajudar o Flamengo a vencer o Emelec por 3 a 1, nesta quarta-feira, no Maracanã, pela Copa Libertadores, Hernane ouviu a torcida rubro-negra clamar pela sua permanência no clube. O atacante recebeu uma proposta tentadora do Shangai Shenhua, da China, e admitiu que pode ter feito, contra o rival equatoriano, o seu jogo de despedida do time carioca. Entretanto, o jogador evitou se despedir por antecipação e disse que definirá apenas nesta quinta o seu futuro.
"Felicidade imensa de voltar a fazer gol no Maracanã, e não poderia ser melhor se não fosse na Libertadores. O lado ''fica ou vai'' acho que amanhã com certeza o Flamengo vai decidir. Sei um pouco desse clube (chinês), não tenho boas informações, então com certeza amanhã vamos decidir essa situação. Mas não sei se eu vou e não sei se eu fico", afirmou o atleta, em entrevista ao SporTV.
Em seguida, Hernane reconheceu que o fator financeiro pesa nesta negociação, até pelo fato de que já não é um garoto (tem 27 anos de idade) e a proposta chinesa poderá garantir a sua independência financeira. "Financeiramente, sem dúvida, é uma proposta muito boa. Mas, como já falei, procurei não me envolver (na negociação), falei com o meu empresário que estava focado na Libertadores. Fui feliz de fazer o segundo gol, e falei com ele que o que decidisse seria o bom para mim. E fico feliz por fazer o gol novamente no Maracanã", despistou, para depois, em tom de despedida, admitir que será "um pouco triste" caso realmente deixe o Flamengo justamente no momento em que o time luta para brilhar na Libertadores.
Questionado sobre Hernane após o jogo, o técnico Jayme de Almeida também despistou. "Sinceramente, não entro na questão se vai ou se não vai (sair). Tenho que me preocupar com a equipe do Flamengo. Ele estando aqui é uma peça importante do nosso esquema. Jogou, lutou, fez gol. Não é minha função ver se ele vai sair. Se perdemos, a vida segue. Mas é um garoto que é um exemplo para todo mundo pelo que fez aqui", disse o treinador, que preferiu falar mais sobre a atuação do time, criticado por ele pelo desempenho exibido no primeiro tempo diante do Emelec.
"Nosso primeiro tempo foi muito abaixo do que podemos render, principalmente por nunca termos treinado ou jogado assim... O time do Emelec é perigoso, a bola começou a rodar muito perto da nossa área. Acabamos vencendo o primeiro tempo por 1 a 0, mas ninguém estava satisfeito. Nem a torcida, nem eu e nem os jogadores", reclamou o comandante, para mais tarde completar: "O Flamengo no segundo tempo foi outro e o time mereceu a vitória, mas ficou a lição de que não podemos jogar um primeiro tempo inteiro fora do nosso padrão e deixar o jogo ficar perigoso".