O piloto Mauricio Gugelmin até cogita a hipótese de largar o volante, mas nem pensa em deixar o automobilismo. Disputando sua nona temporada na Fórmula Mundial, o catarinense de 38 anos pensa em correr mais alguns anos e depois assumir algum cargo administrativo na sua equipe, a PacWest.
Realizando uma campanha irregular este ano (ocupa a 20ª posição no campeonato), Gugelmin ainda acredita que possa melhorar seu desempenho nas últimas provas. "A PacWest deixou um pouco de lado a preocupação com o marketing e as promoções e decidiu investir mais no ajuste dos carros neste ano. Já deu pra sentir uma sensível melhora na última corrida, em Cleveland", afirma o piloto, que teve um problema em um jogo dos pneus e terminou em décimo lugar, após ter largado na pole position.
Sem muitas esperanças de chegar no topo da tabela, o piloto credita sua posição às dificuldades passadas no início do campeonato. Além de um acidente que lhe causou uma forte dor nas costas, o piloto perdeu seu filho de seis anos, e não disputou a corrida de Nazareth.
E é justamente a família que pode apressar a despedida de Gugelmin do cockpit. "Não penso em parar por causa da idade, porque na verdade estou em melhor forma agora do que a alguns anos. Mas sinto falta de passar mais tempo com meus filhos", comenta Gugelmin. Seu filho mais velho, que está com sete anos e mora nos Estados Unidos, já começou a andar de kart. "Quero passar mais tempo com ele antes que ele chegue na adolescência e comece a pensar que os pais são idiotas", brinca.
Quando Gugelmin abandonar a carreira de piloto, pretende dar sequência a outro plano: permanecer atuante no automobilismo como dirigente. Ele afirma já ter recebido propostas da sua própria equipe para atuar como consultor, mas não descarta a hipótese de trabalhar com a Cart, associação que organiza os campeonatos de Fórmula Mundial. "Seria um trabalho de consultoria, o que não foge muito do campo que eu estou atuando agora" explica. Atualmente Gugelmin é presidente da Associação dos Pilotos da Fórmula Mundial, e contribui na comissão fundada pela Cart para alterar o regulamento da categoria.
De qualquer maneira, voltar a residir no Brasil está fora de cogitação para o piloto que morou durante 18 anos em Curitiba. "O automobilismo aqui é excelente na formação de talentos, mas falta muita infra-estrutura. É muito mais fácil trabalhar nos Estados Unidos", garante. Outro fator que pesa na opção de viver em solo americano é, mais uma vez, a família. "Meus filhos nasceram lá e estão estudando lá. Brasil, só nas férias", garante.