Vencer era obrigação
A derrota para o argentino Gastón Gaudio em sua estréia no Masters Series de Roma, nesta terça-feira, deixou o tenista brasileiro Gustavo Kuerten com o pior desempenho em seu piso favorito, o saibro, desde que apareceu para o mundo ao ganhar o título de Roland Garros, em 1997.
Nesta temporada, Guga entrou em quadra 13 vezes em cinco torneios nesta superfície e ganhou apenas oito, aproveitamento de 61,5% - índice idêntico ao obtido em 1997, quando venceu 16 dos 26 jogos. Sete das vitórias foram na conquista do Grand Slam francês.
Mesmo no ano passado, quando passou pela cirurgia no quadril, o atual número 15 do ranking de entradas teve desempenho melhor do que o apresentado na atual temporada. Em 2002, ele jogou 17 vezes no piso que o consagrou, contando os torneios da ATP e Copa Davis - ganhou 11 (64,7%).
Até 2001, Guga vinha mostrando evolução no saibro. Naquele ano, alcançou seu ápice na superfície, vencendo 36 das 39 partidas disputadas, com aproveitamento de 92,3%. No ano anterior, quando terminou com número um do mundo, obteve 82,8% - 29 vitórias em 35 jogos.
Em 1998 e 1999, mesmo não sendo campeão em Roland Garros, Guga também teve performance melhor no saibro do que a obtida em 2003 até o momento. No primeiro dos dois anos, ganhou 26 dos 38 jogos que disputou nesse piso (68,4%), e no segundo, 23 dos 29 (79,3%).
O melhor tenista do país na história não ganha um título no saibro há quase dois anos. Sua última conquista foi em junho de 2001, quando venceu o Torneio de Stuttgart, na Alemanha. Depois, ele só foi campeão em quadra rápida - Costa do Sauípe e Auckland (Nova Zelândia).