A torcida apoiou, o Fluminense lutou, mas a LDU novamente ficou com o título na noite desta quarta-feira, em um Maracanã quase lotado. O time equatoriano conquistou a Copa Sul-Americana, apesar de ser derrotado por 3 a 0, e impôs nova decepção ao time brasileiro.
Em 2008, a LDU faturou a Copa Libertadores no mesmo estádio e em circunstâncias parecidas. Na ocasião, perdeu por 3 a 1 no tempo normal. Mas levou a melhor nos pênaltis e levantou a taça.
Para ficar com o título, o Fluminense precisava vencer por quatro gols de diferença, já que no jogo de ida, em Quito, a LDU goleara por 5 a 1. Com forte apoio da torcida, o time carioca surpreendeu ao fazer um grande jogo nesta quarta, marcou três gols, mas não conseguiu reduzir a vantagem equatoriana.
Com a derrota, o Fluminense concentrará agora suas forças na última rodada do Brasileirão, no domingo. A equipe só precisa empatar com o Coritiba, no Couto Pereira, para garantir sua permanência na Série A, depois de passar seguidas rodadas na lanterna da competição.
JOGO - A torcida, que compareceu em peso no Maracanã, demorou para ver os primeiros lances de perigo do jogo. O Fluminense teve dificuldade para incorporar o ritmo dos torcedores dentro de campo e não conseguiu aplicar a pressão esperada sobre o rival nos primeiros instantes.
Mas quando a empolgação parecia amenizar, Diguinho arriscou de longe e contou com um desvio de William Araujo para surpreender o goleiro Domínguez e abrir o placar, aos 13 minutos. A torcida voltou a gritar. Embalado pela arquibancada, o Fluminense aumentou o ritmo e quase ampliou com Alan, aos 15, após bom cruzamento de Conca.
Aos 17, os torcedores ganharam mais um presente. O meia De la Cruz fez falta violenta em Diguinho e recebeu o cartão vermelho direto. Com um jogador a menos, a LDU ficou em situação delicada, apesar da vantagem do primeiro jogo. Aos 30, Diguinho mandou novamente para as redes. Mas, dessa vez, o árbitro assinalou o impedimento e anulou o gol.
A expulsão deixou o jogo ainda mais franco. O Fluminense atacava, enquanto a LDU, com apenas um atacante, se preocupava apenas em se defender. O domínio dos donos da casa era absoluto. O time chegava com facilidade e, com frequência, cercava a área do rival. Adeílson e Diguinho tentavam de fora da área, enquanto Mariano levava perigo em cruzamentos da direita.
Bem marcado, Fred perdeu grande chance de marcar o segundo aos 40. Após jogada bem trabalhada na entrada da área, a bola sobrou para o atacante, que virou rápido na marca do pênalti e bateu rasteiro. O goleiro precisou se esticar para não ser surpreendido.
Três minutos depois, porém, o atacante não desperdiçou nova oportunidade e deixou sua marca. Ele recebeu belo passe e, de frente para o goleiro, teve calma para chutar no cantinho, levantando a torcida antes do fim do primeiro tempo. No intervalo, os jogadores ficaram na beira do gramado, a pedido de Cuca, envolvidos pelo barulho da torcida.
A estratégia deu certo. A equipe voltou a campo no mesmo ritmo do primeiro tempo. Adeílson quase anotou o terceiro logo no primeiro minuto. Em seguida, o atacante deu lugar ao experiente Ruy. E, logo no primeiro lance, a bola desviou na sua cabeça e acertou o pé da trave.
Mas, aos poucos, a velocidade dos cariocas foi substituída por passes errados. A LDU aproveitou a queda do rival e levou perigo em três boas oportunidades, neutralizadas pela defesa do Fluminense.
Sem criar as mesmas chances do primeiro tempo, os jogadores do Flu começaram a mostrar nervosismo em campo. E nem o gol de cabeça de Gum, aos 26, evitou o desespero dos cariocas. Quatro minutos depois, Fred exagerou na reclamação de uma falta e foi expulso por dar uma cabeçada no árbitro.
A desvantagem numérica, porém, não durou muito tempo. Aos 36, a LDU perdeu mais um jogador. Campos fez falta dura e levou o vermelho. Mas, mesmo com um a mais novamente, o Fluminense teve dificuldade para criar mais chances de perigo e não conseguiu marcar o imprescindível quarto gol. Em um final dramático, os cariocas viram de novo os equatorianos comemorarem no apito final do árbitro.