O Fluminense mostrou neste domingo que será difícil alguém conseguir tirar o título brasileiro de suas mãos. Num jogo para mexer com os nervos do torcedor, em São Januário, a equipe carioca ficou atrás do placar por 78 minutos, só empatou graças a um pênalti polêmico, quando já tinha um jogador a mais em campo, e acabou por vencer a Ponte Preta, por 2 a 1, com um gol de Gum aos 43 do segundo tempo.
Como o Grêmio empatou com o Botafogo por esta 30,ª rodada, o vice-líder agora é novamente o Atlético-MG, mas a diferença segue de nove pontos. Nas duas próximas rodadas, o Flu tem dois confrontos diretos pelo título, diante de Grêmio (quarta, no Engenhão) e Atlético-MG (domingo, em Belo Horizonte). Ainda que perca os dois jogos, segue líder do Brasileirão.
Já a Ponte Preta, que briga para não cair, seguiu com 37 pontos, ainda no 14.º lugar, com 10 pontos a mais que o primeiro time da zona de rebaixamento, o Sport. Na próxima rodada, quinta, o time de Campinas também tem confronto direto, uma vez que vai à Ilha do Retiro
O JOGO - Já não bastasse a dificuldade em enfrentar o Fluminense, a Ponte Preta teve trabalho para chegar ao Rio. O pneu furado de um avião cargueiro na única pista do aeroporto de Viracopos fechou o local e cancelou o voo que levaria o time da Campinas ao Rio. O elenco alvinegro, que embarcaria no sábado à noite, saiu de São Paulo no começo da tarde deste domingo e evitou que o jogo fosse cancelado.
Quatro horas depois de aterrissar no Santos Dumont, o time campineiro estava em campo em São Januário. E um minuto depois de bola rolar, já estava na frente do placar. Luan recebeu na intermediária, pela esquerda, jogou para dentro e bateu encobrindo Diego Cavalieri, que estava um pouco adiantado. Era o primeiro gol do jovem de 22 anos com a camisa da Ponte.
O Fluminense demorou a reagir e quase levou o segundo gol em outra jogada do garoto. Edson Bastos lançou, Luan recebeu na esquerda e inverteu para Roger, na área. Mas o centroavante, com pouco ângulo, mandou pelo lado de fora da rede.
Sem Thiago Neves e Deco, o Flu tinha dificuldades na armação. Por isso, precisou de tempo até encontrar o seu padrão de jogo. Isso só aconteceu depois dos 10 minutos. A partir daí, foram diversas chances, sempre pecando na finalização.
O primeiro a errar foi Fred, desequilibrado. Wagner tentou rasteiro, da entrada da área, cruzado, e mandou rente à trave esquerda da Ponte. Nos minutos finais do primeiro tempo, a melhor chance. Digão recebeu pela esquerda e bateu com classe, tentando encobrir Edson Bastos, que salvou com a ponta dos dedos.
A defesa seria apenas a primeira de destaque do goleiro no jogo. Na segunda etapa, ele salvou a Ponte Preta em pelo menos três oportunidades. Aos 10 minutos, Wellington Nem recebeu livre na área e chutou em cima do goleiro. Jean tentou de longe, aos 17, e Edson Bastos espalmou para cima. Outra ótima defesa veio em chute de Carlinhos, desviado pela zaga. No rebote, a defesa desarmou Fred, que estava pronto para fazer.
O jogo começou a mudar aos 27 minutos, quando Wendel Santos, que já tinha cartão amarelo, fez falta sobre Carlinhos e acabou expulso. Na cobrança, Fred bateu com categoria e a bola passou raspando a trave, na direção do ângulo direito.
Mas a reviravolta decisiva foi mesmo aos 33 minutos. Samuel, que havia acabado de entrar no lugar de Carlinhos, tocou de calcanhar e a bola bateu no braço de Luan, que vinha correndo logo atrás. O toque não foi intencional, mas o pernambucano Nelson Nogueira Dias apontou pênalti, que Fred converteu com categoria. Foi o 15.º gol do artilheiro do Brasileirão, empatado com Luis Fabiano.
Com o placar empatado, a pressão do Fluminense aumentou e o time carioca, que levou 19 mil torcedores a São Januário, conseguiu a virada na bola parada. Da ponta direita, Wagner levantou na área. Gum se antecipou à zaga e ao goleiro e resvalou de cabeça, para dentro das redes.