Teve um final feliz a novela da fusão entre o projeto de Bernardinho e o Flamengo. As duas partes vão anunciar nesta sexta-feira (17) de forma oficial que Sesc-RJ e Flamengo agora são um time só, que disputará a próxima Superliga feminina.
Na ocasião serão explicados detalhes da parceria, como onde serão disputados os jogos da equipe. O certo é que o Flamengo será treinado pelo treinador mais vitorioso dos campeonatos nacionais.
A fórmula tende a ser de sucesso. Bernardinho tem expertise de sobra para gerir um projeto de vôlei, algo que o Flamengo ainda está aprendendo -o time voltou a disputar a Superliga A na última temporada. Em troca, o clube rubro-negro pode oferecer visibilidade maior para patrocinadores e um projeto bem estruturado nas categorias de base, algo que o Sesc não tem.
Para o Flamengo, a temporada de retomada na Superliga A foi de dificuldades. O time fez 22 jogos e só ganhou quatro, escapando por pouco do rebaixamento, na décima colocação. A campanha deu mais dores de cabeça do que alegrias, com derrotas tanto no turno quanto no returno para São Paulo e Fluminense, outros times de camisa. Para mudar esse quadro, só investindo mais no time, o que não seria prioridade no momento em meio à crise financeira provocada pela pandemia.
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Já Bernardinho carrega nas costas um projeto muito vitorioso, em um clube oficialmente chamado Rio de Janeiro Voleibol Clube, mas que sempre foi conhecido por nomes fantasias como Rexona e Sesc-RJ, dependendo do patrocinador. O CNPJ vem desde 2004, mas a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) considera esse clube o herdeiro do Paraná Voleibol Clube, que ficava em Curitiba e, já bancado pela Unilever, existiu de 1997 a 2003. Na prática, é uma agremiação com 23 anos e 12 títulos brasileiros.
Independentemente de nome, patrocinador ou sede, o projeto sempre esteve ligado a Bernardinho, que foi encontrando soluções para mantê-lo vivo, como em 2017, quando a Unilever encerrou o patrocínio de vinte anos e o Sesc-RJ passou a ser o patrocinador/mantenedor. Desde o ano passado, porém, o Sesc vem sofrendo com queda de receitas. Tanto que em fevereiro, antes da crise do coronavírus, anunciou que acabaria com o time masculino adulto, comandado por Giovane Gávio.
Fusão assim não é novidade no vôlei feminino. Em 2018, Sesi-SP e Vôlei Bauru se fundiram para jogarem com um time só, que somava dois orçamentos. O Sesi continuou em evidência na modalidade, gastando menos do que quando investia sozinho, e o Vôlei Bauru deu mais visibilidade aos seus patrocinadores. O Sesi entrou também com sua ótima categoria de base, e o Bauru com a expertise de uma diretoria dedicada unicamente à modalidade. É o que tende a acontecer no Rio.
Os detalhes da parceria serão conhecidos na sexta de manhã, quando haverá uma entrevista coletiva com a participação de Bernardinho e dos presidentes Antonio Florencio de Queiroz Junior, do Conselho Regional do Sesc-RJ, e Rodolfo Landim, do Flamengo.