Luiz Felipe Scolari demorou para sair do vestiário e conceder a entrevista coletiva após a derrota para o Cruzeiro por 3 a 2. Quando chegou, era o retrato do baque pela virada sofrida. Resignado, o técnico do Palmeiras culpou a instabilidade de sua defesa pelos três gols no segundo tempo. E falou que, se o time continuar assim, não dá nem para pensar em ficar entre os quatro primeiros no Campeonato Brasileiro.
"Tivemos um primeiro tempo espetacular. E o Cruzeiro teve um segundo tempo espetacular. Tivemos falhas na defesa e isso proporcionou a virada", analisou.
Para o treinador, seu sistema defensivo falhou nos três gols do Cruzeiro. Ele explicou ainda que tentou corrigir as deficiências na marcação, mas quando fez a substituição de Valdivia por Tinga o time logo depois sofreu o segundo gol e se perdeu de vez.
Felipão reclamou da oscilação de jogo para jogo que o Palmeiras mostra no campeonato. "Nosso time é uma no cravo e outra na ferradura. Nunca estabiliza", desabafou.
Na bronca. Além tentar explicar a derrota em casa, Felipão precisou colocar panos quentes na situação constrangedora causada por Valdivia. O chileno não teve o menor pudor de reclamar por ser substituído. O meia saiu bravo de campo quando deu lugar a Tinga. Balançou ostensivamente os braços e jogou um copo de água no chão.
Felipão nem se abalou. O técnico disse que fez a substituição porque Valdivia ainda não está no melhor de sua forma física. "Eu sei quando devo conduzir uma situação de mudança".
O técnico ainda cutucou o atleta. "Se tiver de puxar a orelha vou fazer isso no vestiário. Tenho de ter calma com quem não está num bom momento físico. Se saiu bravo, bicudo, nem me preocupo". E, a julgar pelas vaias endereçadas ao chileno, o técnico parece ter apoio.