Futebol

Eurico prevê 2016 'difícil' para o Vasco e volta a atacar gestão anterior

30 dez 2015 às 12:11

O presidente Eurico Miranda aproveitou o fim de 2015, o primeiro ano da sua nova gestão à frente do Vasco, para apresentar a sua visão do atual momento do clube. Em nota no site oficial da equipe carioca, o dirigente avisou que 2016 será um ano "difícil" e voltou a atacar a gestão de Roberto Dinamite pelas dívidas deixadas e pelos problemas na estrutura do clube.

"Com mais de 50 anos de Vasco, tendo sido situação ou oposição diversas vezes, e visto momentos difíceis, nada é comparável à realidade de dezembro de 2014, quando assumi", escreveu Eurico, que está em seu quarto mandato presidencial no Vasco.


Eurico cita que as cotas de TV estavam todas comprometidas com o "pagamento de empréstimos variados a bancos", os recursos dos fornecedores de material esportivo foram adiantados até novembro de 2015, "toda a verba do patrocinador Tron tinha sido adiantada, a última parcela da Caixa estava bloqueada desde agosto de 2014 por falta de documentação das contrapartidas e certidões", os recursos advindos dos sócios estavam "integralmente cedidos a um banco também por empréstimos", os impostos não eram recolhidos, os recursos das edições de 2015 e 2016 do Campeonato Carioca haviam sido adiantados para pagar dois meses de salários - agosto e setembro de 2014 - e os salários de outubro, novembro e o décimo-terceiro de jogadores e funcionários não tinham sido pagos.


"Este foi o panorama encontrado. Muitos perguntam porque isso não foi mostrado à época. Simplesmente explicitar esse quadro seria afastar qualquer negócio com o clube. Como alguém vai investir ou confiar numa instituição que não tem condições de honrar compromissos mínimos? Era preciso tocar o clube. Foi o que fizemos", afirmou.


De acordo com Eurico, o período entre 2008 e 2014, quando Roberto Dinamite presidiu o Vasco, é responsável por 60% da dívida tributária do clube, que era de R$ 212 milhões quando ele voltou ao clube. Mas ele garantiu que o problema está "equacionado", pois foi reduzida a R$ 144 milhões com a adesão ao Profut, sendo parcelada em 240 meses.


"A irresponsabilidade foi tão grande em período recente que a origem de toda a dívida tributária do Vasco - retirando juros, encargos e multas - está 60 por cento entre 2008 e 2014. Mas, ao final de um ano, podemos dizer que a dívida tributária do Vasco está novamente equacionada", afirmou.


O presidente do Vasco também atacou a situação patrimonial do clube. "Quem passou por São Januário no ano passado se assustou com a degradação do patrimônio. A própria eleição foi realizada num ginásio sem piso. Parque Aquático fechado e abandonado; concentração e Pousada do Almirante depredadas, sujeira por toda a parte", disse.


Eurico avisou que 2016 será um ano "difícil" para o Vasco, mas prometeu investir na estruturação de São Januário, com a construção campo anexo e do prédio do Caprres, com inauguração prevista para abril. Além disso, assegurou que vai criar um programa de sócio-torcedor ainda nos primeiros meses do próximo ano.


"O ano de 2016 começa mais estruturado do que 2015, mas ainda será muito difícil. Muito do trabalho iniciado há um ano vai aparecer mais, com uma estrutura bem melhor para São Januário, incluindo o prédio do Caprres e o campo anexo, e um conhecimento amplo dos potenciais e das limitações ainda impostas pelo passado. No primeiro trimestre teremos, finalmente, o programa sócio-torcedor, que será amplo, moderno e a altura de uma torcida de dimensão nacional, que só não foi lançado antes devido a um contrato herdado que nos impedia e que já vinha derivado de um acordo judicial", disse.


Em 2015, o Vasco encerrou um longo jejum ao conquistar o título do Campeonato Carioca, mas acabou sendo rebaixado pela terceira vez à Série B. Eurico preferiu exaltar as contas em dia, mas avisou que o próximo ano será de poucos investimentos no futebol.

"Hoje, o Vasco está em dia com as suas obrigações. Funcionários e jogadores pagos, incluindo o decimo terceiro salário. Mas o sócio e o torcedor devem saber que 2016, não só pela situação do País, mas pelo quadro ainda grave na área financeira do clube, será de preparação para uma estabilidade maior", comentou.


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