Eurico Miranda garantiu que o Vasco não cairia mais quando reassumiu o comando do clube, prometeu ir morar na Sibéria se o pior acontecesse, mas de nada adiantou. No último domingo, o time cruzmaltino passou pela vergonha de ser rebaixado à Série B pela terceira vez em sua história, todas nos últimos oito anos. Menos de 24 horas após a confirmação da queda, o presidente veio a público para assumir a culpa pelo resultado.
"Fiz questão de fazer esse pronunciamento sozinho. Primeira coisa: o único responsável pelo rebaixamento do Vasco sou eu. Não passo a responsabilidade para ninguém. A responsabilidade é minha", declarou. "É uma mancha irreparável no meu currículo de 50 anos de clube. Eu esperava não ter de passar por essa situação."
Apesar de assumir a culpa, Eurico fez questão de disparar contra diversos desafetos. O principal alvo foi o ex-presidente Roberto Dinamite. O atual mandatário criticou a gestão de seu antecessor e avaliou que a situação econômica do clube quando reassumiu o comando era de "terra arrasada".
"Encontrei o Vasco em um quadro que a gente pode classificar de terra arrasada. Achei que era uma situação difícil, mas foi muito mais difícil", apontou. "O Vasco foi vítima de um ex-jogador. Pode ter sido ídolo, mas como administrador foi uma lástima. Esse cidadão, Roberto Dinamite, passou sete anos no Vasco e não recolheu um centavo de imposto, um centavo de fundo de garantia, e me deixou com três meses de atraso de salário."
A responsabilidade também foi dividida com a arbitragem deste Brasileirão. O baixo nível técnico dos árbitros desagradou Eurico, que avaliou que o Vasco acabou sendo o clube mais prejudicado por eles ao longo da competição.
"Pode ser que tenha tido clube prejudicado, mas ninguém foi mais prejudicado pela arbitragem do que o Vasco. Até no último jogo, teve um pênalti que todos disseram que aconteceu, mas não foi marcado. Apesar de termos alertado, colocado por parte da CBF, nenhuma providência foi tomada", disparou.
Mas com a queda consumada, Eurico já começa a pensar em 2016. O presidente descartou cumprir a promessa de ir morar na Sibéria, garantiu que permanece no comando do Vasco e mais: confirmou a permanência do técnico Jorginho e do auxiliar Zinho para o ano que vem. "Jorginho e Zinho permanecem em 2016. Já conversei com eles."