Dos 12 estádios brasileiros que serão sede da Copa do Mundo em 2014, cinco correm o risco de, após o evento, ficarem ociosos, em função da baixa quantidade de público para os jogos locais. Além disso, cinco estádios têm ou tiveram problemas com os tribunais de contas estaduais. As conclusões fazem parte do relatório que o Portal 2014 divulgará amanhã (2).
O Portal 2014 foi criado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) com o intuito de dar transparência e tornar público o andamento das obras nos estádios que sediarão jogos da Copa no Brasil. De acordo o documento, ao qual a Agência Brasil teve acesso, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus e Rio de Janeiro têm ou já tiveram problemas com o Tribunal de Contas da União.
Os consultores do portal apontaram os estádios que passam por obras em Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal e Recife como candidatos à ociosidade, após os jogos, pois o futebol local apresenta pouco público. Os consultores do Sinaenco (arquitetos, engenheiros) e técnicos de tribunais de Contas classificam de "elefantes brancos" essas obras, citadas no relatório.
Segundo membros do Sinaenco, o documento serve de consulta extraoficial até para autoridades do Ministério dos Esportes. A versão mais recente dele será apresentada amanhã e conterá uma análise detalhada do andamento das obras em todos os 12 estádios que vão sediar jogos da Copa. O levantamento foi feito a partir de visitas recentes de especialistas aos locais.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, em 2010, a linha de crédito ProCopa Arenas, que disponibiliza financiamento de R$ 400 milhões para cada estádio da Copa. Esse financiamento corresponde a até 75% do valor da obra.
Até agora, cinco cidades-sede conseguiram a aprovação de linhas de crédito no banco. Já tiveram os recursos liberados Cuiabá (R$ 393 milhões), Fortaleza ( R$ 351,5 milhões) e Salvador (R$ 323,6 milhões).
A pedido do Ministério Público do Amazonas e do Federal, Manaus (R$ 400 milhões) teve apenas parte da verba liberada (R$ 15 milhões) para a contratação do projeto executivo. O Rio de Janeiro também apenas parte do valor financiado (20%) foi liberado, após solicitação do TCU ao BNDES.