A conselheira do Palmeiras e presidente da Crefisa, Leila Pereira, participou na noite de segunda-feira (7) de uma sabatina durante reunião do Conselho de Orientação de Fiscalização (COF) do clube. Durante quase uma hora, a empresária foi questionada sobre o aditamento do contrato feito com a diretoria no começo do ano para alterar a forma como a empresa aporta recursos na contratação de reforços.
Um parecer elaborado por membros do COF no último mês pediu o cancelamento do novo acordo entre Crefisa e Palmeiras por considerá-lo prejudicial ao clube. A atualização contratual foi feita depois de a empresa ter sido multada pela Receita Federal em cerca de R$ 40 milhões pelo formato da operação financeira realizada para contratar jogadores. Antes tipificada como compra de propriedades de marketing, agora ela é categorizada como empréstimo, como revelou o Estado em janeiro.
A movimentação nos bastidores para questionar o contrato levou a empresária a escrever uma carta para o COF e pedir para prestar esclarecimentos. Segundo presentes à reunião, Leila foi questionada de forma contundente por alguns membros do órgão, principalmente sobre o formato do novo contrato e sobre como se deu a multa aplicada pela Receita. Após a empresária detalhar as questões apresentadas, o encontro terminou de forma amistosa.
O ex-presidente do clube, Mustafá Contursi, esteve presente ao encontro. Rival político de Leila, com quem rompeu relações no fim do ano passado, o dirigente, no entanto, não fez perguntas e apenas observou a sabatina. Quem também compareceu à reunião foi o atual mandatário, Maurício Galiotte. Segundo pessoas próximas a ele, a movimentação nos bastidores para questionar o contrato com a Crefisa tem motivações políticas.
Galiotte considera que, pela mudança, o clube precisará devolver à empresa cerca de R$ 120 milhões pela contribuição na vinda de 11 reforços. Para cada um desses jogadores a devolução do valor aportado precisa ser feito até dois anos depois da saída deles com a equipe, com correção de valor pela CDI, uma das remunerações mais baixas do mercado, de 0,5% ao mês.