O Santos conseguiu a primeira vitória no Campeonato Brasileiro contra o pior time do torneio, e sem Leandro Damião. Os 2 a 0 sobre o Figueirense no estádio do Café, em Londrina, apontam uma nova formação, com Lucas Lima na armação e a contratação mais cara do futebol brasileiro no banco de reservas. O Figueirense não fez nenhum gol em suas quatro derrotas. E a arbitragem teve influência no placar: o gol de Gabriel foi feito em impedimento.
Oswaldo de Oliveira adotou uma escalação ousada: deixou no banco Leandro Damião, a principal contratação da temporada. O técnico justificou a mudança dizendo que queria uma evolução técnica – não necessariamente tática – com o substituto Lucas Lima. Oswaldo atirou no que viu e acertou no que não viu. O time melhorou com a estrela no banco. Lucas Lima e Arouca se revezaram na armação; Thiago Ribeiro e Gabriel trocavam de posição constantemente na frente. Tudo isso foi exemplificado na primeira boa chance. Aos 15, Lucas Limas pecou na finalização e "matou" um contra-ataque muito bem feito.
O time conseguiu a evolução técnica que o técnico pretendia, mas esbarrou na recorrente falta de finalização. Aos 25 minutos, só havia chutado duas vezes ao gol catarinense. A lentidão era outro problema grave. O Santos não era nem sombra do time ligeiro e elétrico do Campeonato Paulista. Isso facilitava a retranca catarinense. Boa parte da culpa foi do péssimo gramado do Estádio do Café. Cada domínio era um parto porque a bola não rolava, ela quicava e batia na canela.
Nesse contexto, o Santos começou a cruzar bolas na área numa tentativa de se adaptar ao piso. Quase deu certo em uma jogada meio esquisita entre Gabriel e o goleiro Tiago. Aos 44, funcionou. Emerson cruzou e Gabriel – em impedimento – abriu o placar de cabeça.
O Figueirense, pior time do Brasileirão, atuou como nas suas três derrotas anteriores, nas quais não havia anotado nenhum gol. Armou uma estratégia para se defender, mas sem muito ímpeto para o contragolpe. Até os 20 minutos do segundo tempo, só havia dado um chute a gol. Em um dos poucos avanços do lateral Artur, o time pediu pênalti na trombada de Gabriel. Lance duvidoso.
Diante de um rival tão frágil, o Santos não precisou ampliar ao máximo seu repertório. Em um lance individual, Arouca deu um drible de corpo no zagueiro e chutou rasteiro para garantir a vitória aos 16. Na comemoração, um abraço na comissão técnica para mostrar que o gol tinha saído dos treinos.
A primeira vitória santista se tornou ainda mais concreta quando Raul deu um tranco sem bola em Gabriel e foi expulso na metade da etapa final. Oswaldo de Oliveira fez três alterações, duas na parte ofensiva, mas nem assim colocou Leandro Damião em campo.