O Palmeiras encerrou a sequência de três derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro de uma maneira épica neste domingo. Depois de abrir o placar, mas ser dominado dentro de casa e levar o 2 a 1, a equipe alviverde conseguiu outra reviravolta e venceu o Flamengo por 4 a 2. Foi um dos jogos mais emocionantes do Campeonato Brasileiro.
Foram decisivos para a vitória a entrada de Cleiton Xavier no segundo tempo e a recuperação emocional do Palmeiras dentro do jogo. Mais que a organização tática, o Palmeiras virou o jogo na garra e buscou novamente a vaga no G4. Pelo menos até o início dos demais jogos deste domingo, o time paulista ocupa o quarto lugar e torce por tropeços de Fluminense e Sport. Com o revés, o Flamengo estacionou nos 23 pontos, freando sua ascensão na tabela do Brasileirão.
Enquanto o Palmeiras jogava na base da garra, o time carioca surpreendia com boas trocas de bola. Como se estivesse em seus domínios, o time carioca tinha mais posse, maior controle do jogo e determinava o ritmo da partida. Nem se assustava com a pressão dos quase 38 mil torcedores que novamente lotaram o Allianz Parque.
Dois lances exemplificaram esse domínio de território. Curiosamente, foram duas situações que geraram muitas reclamações de penalidades dos flamenguistas. No primeiro, Pará caiu na área, logo no início da partida. No segundo lance, Jackson falhou, Guerrero disputou a bola com Fernando Prass e foi derrubado em lance duvidoso. O árbitro Igor Junio Benevenuto deu de ombros para os dois.
Mesmo nessa condição inesperada de coadjuvante dentro de casa, o Palmeiras conseguiu abrir o placar. Aos cinco minutos, após cobrança de escanteio de Zé Roberto, Jackson marcou de cabeça. O Palmeiras tinha problemas táticos e, por isso, ficava pouco com a bola.
Sobrecarregados na marcação, Arouca e Andrei Girotto não achavam os meias do Flamengo. Na criação, Robinho e Rafael Marques estavam apagados, quase desaparecidos. Na frente, Alecsandro pouco pegou na bola. Essa soma de fracos desempenhos individuais prejudicava o jogo coletivo. A estratégia também não funcionou. Obrigado a jogar no contra-ataque, o time marcou atrás, sem pressionar os meias. Com isso, os atacantes do rival estavam sempre perto da área.
Além dos dois lances duvidosos, o Flamengo ainda teve outra grande oportunidade, essa sim sem contestação. Aos 21, uma cabeçada de Guerrero da pequena área exigiu grande defesa de Fernando Prass, uma das mais bonitas da rodada.
O Flamengo foi melhor o jogo todo, tornou-se mais objetivo no segundo tempo e conseguiu a virada em 11 minutos com o habilidoso meia Ederson. Depois de substituir Jonas, ele foi o grande responsável por transformar a posse de bola do Flamengo em chances de gol. Aos 5, ele entrou driblando na área e contou com o desvio da zaga para empatar o jogo. Aos 11, desviou de cabeça após cobrança de escanteio. A partida ganhou um ritmo alucinante, com mais velocidade e entusiasmo que organização tática. Foram anotados cinco gols em 25 minutos.
Assim que tomou o gol, o técnico Marcelo Oliveira trocou Robinho por Cleiton Xavier. Era uma tentativa de dar maior criatividade e armação de jogadas. Em seu primeiro lance, Cleiton mostrou que poderia fazer mais. Aos 12 minutos, empatou de cabeça. Foi a faísca que faltava para a equipe finalmente ser protagonista no jogo. Com mais empolgação do que tática, a equipe conseguiu a virada.
Depois de belo passe de Alecsandro, Dudu virou o jogo. Cinco minutos depois, foi a vez de o próprio Alecsandro aumentar o placar. A comemoração do gol, no qual disse com gestos que o Palmeiras era a sua casa, foi o último episódio de um jogo que vai ficar por muito tempo na memória dos palmeirenses.