A classificação das Eliminatórias da Conmebol para a Copa do Mundo de 2018 mostra o Brasil no terceiro lugar. Mas uma derrota para o Paraguai, nesta terça-feira, em Assunção, pode jogar a seleção brasileira para o sétimo lugar, uma vez que Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Colômbia estão separados por apenas um ponto após cinco rodadas. São só quatro vagas diretas para a Rússia e o técnico Dunga admite que a classificação não será fácil.
"Nunca vi ninguém fazer planejamento de ficar fora ou perder, é sempre otimista. Mas sabemos que vai ser disputado até a última rodada. Se nas outras Eliminatórias, que não considerávamos tão difíceis, o Brasil sempre se classificou na última rodada, essa será ainda mais complicada. Temos que jogar para vencer", comentou Dunga, nesta segunda-feira, em entrevista coletiva.
Para complicar a situação do Brasil, o principal jogador da equipe, Neymar, estará ausente, suspenso pelo segundo cartão amarelo. O craque não viajou com o elenco para Viamão, no Rio Grande do Sul, onde a seleção se prepara, e passou o sábado à noite em uma casa noturna de Santa Catarina. Nas redes sociais, o capitão foi criticado pela falta de comprometimento.
Dunga saiu em defesa do seu jogador. "Temos que respeitar individualidades, as gerações mudam bastante. Hoje tem as redes sociais. Os jogadores do meu tempo não tinham essa exposição quando começavam a ter ascensão social. Não posso querer que os jogadores tenham o mesmo comportamento, joguem ou pensem da minha forma. O mais importante é que ele jogue o melhor possível quando estiver dentro da seleção", opinou o técnico, que também já foi capitão do Brasil.
Na ausência de Neymar, a tendência é que Ricardo Oliveira entre na equipe e jogue centralizado. Também David Luiz está fora, suspenso, e seu substituto deverá ser o ex-corintiano Gil. Foi isso que Dunga indicou no domingo. Nesta segunda-feira, ele fechou o treino e, quando questionado na coletiva, preferiu não revelar o time.
"Escolhemos pela forma que os jogadores estão treinando e jogaram os últimos jogos da seleção brasileira, e pelas características que precisamos em campo. Temos outras opções, com atacantes de força e movimentação. Vamos analisar bem para decidir", explicou Dunga.
POLÊMICA - O treinador da seleção brasileira evitou entrar em polêmicas quando questionado a respeito da decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de fazer uma parada no interior do Rio Grande do Sul na viagem entre Recife (palco do jogo contra o Uruguai, na sexta) e Assunção (onde será a partida de terça-feira). O hotel onde a delegação se hospedou tem como sócios o ex-zagueiro Lúcio, auxiliar pontual de Dunga para a preparação do time para esses dois compromissos das Eliminatórias, e o seu empresário, o também ex-jogador Sandro Becker, que atuou com o coordenador Gilmar Rinaldi no Flamengo na década de 1990.
"Essa não é muito minha área, é mais do Gilmar. A minha é mais técnica. Observo se o campo de treinamento é bom, a sala de musculação, as melhores condições. Essa estrutura foi usada pela Fifa durante a Copa do Mundo, aqui já estive com o Internacional e temos todas as condições. Temos uma equipe de pessoas que observa hotéis e campos de treinamento muito antes do treinador, e depois me passam as questões técnicas", disse Dunga. O Internacional utilizou o hotel de Viamão quando era treinado por Dunga. O ex-volante e o ex-zagueiro jogaram juntos no Inter entre 1999 e 2000, quando um se aposentava e o outro chegava ao time principal.