Quando foi convocado pela primeira vez por Fernando Diniz, para os duelos contra Bolívia e Peru, Raphinha já tinha na cabeça a frase perfeita para quebrar o gelo com o novo treinador da seleção brasileira. "Você não deve se lembrar de mim"
A história que veio a seguir era uma lembrança de 2013, quando os caminhos de ambos se cruzaram no Audax (SP). Fernando Diniz, então treinador do clube, foi dar uma palestra para os garotos das categorias de base. Entre eles, estava Raphinha, então com 16 anos, que lutava para se firmar no clube paulista depois de duas temporadas difíceis no Porto Alegre.
Leia mais:
Jogadores aprovam, mas logística afasta seleção da Granja Comary
Estudo estima aumento global de 76% dos casos de câncer até 2050
Diretoria do Flamengo conversa com Gabigol e cogita dar fim ao afastamento
Wendell já cogita volta, e São Paulo tem trunfo por lateral na Copa
Para o técnico, foi apenas mais uma conversa com jovens promissores; para o ponta-direita, aquela palestra representou um ponto de mudança. Quem conhece Raphinha de perto afirma que ele ficou encantado com as palavras e as ideias de Diniz. Uma década depois, o encantamento é recíproco: nos bastidores, o treinador tem feito elogios ao jogador do Barcelona.
Em 2013, Raphinha saiu da várzea em Porto Alegre para aproveitar uma oportunidade no Audax (SP). Na época, o atacante tinha 16 anos e sua passagem durou apenas um ano, pois o clube foi vendido.
Durante esse período, o atacante participou de uma palestra de Fernando Diniz da qual nunca mais se esqueceu. Na conversa, o treinador falava de conceitos de futebol, mas também de assuntos que iam além do campo.
Quando chegou à seleção, Raphinha fez questão de contar ao treinador sobre esse momento. Os dois tiveram uma conversa particular na qual o jogador revelou ao técnico a importância daquela conversa dez anos antes.
Raphinha não era a primeira opção de Diniz. Ele foi convocado após a lesão de Vini Jr, e ganhou uma vaga de titular depois do corte de Antony, para os jogos contra Bolívia e Peru.
Nos dois jogos, Raphinha encantou Diniz pelo entendimento tático acima da média. Ele compreendeu muito bem o 'dinizismo', de forma quase instantânea, e passou a ser considerado pelo técnico como o titular da posição.
O treinador ficou positivamente surpreso com o desempenho do ponta. Diante da Bolívia, ele marcou um gol e deu uma assistência; ao lado de Rodrygo, foi um dos destaques do time.
A ideia de Diniz era manter o jogador do Barcelona para os duelos contra Venezuela e Uruguai, mas Raphinha sofreu uma lesão muscular no duelo contra o Sevilla, pela Liga Espanhola, ficando um mês afastado dos gramados.
Recuperado, o ponta-direita foi chamado novamente para os duelos contra Colômbia e Argentina. A tendência é que ele seja escalado novamente como titular.
CONTRASTE
Se na seleção brasileira Raphinha é um dos favoritos do treinador, o mesmo não acontece no Barcelona. Nesta temporada, o brasileiro tem perdido espaço no time comandado por Xavi Hernández. O treinador catalão tem dado oportunidades para o jovem Lamine Yamal, de apenas 16 anos, na ponta-direita.
Além do garoto, revelado nas categorias de base do Barcelona e apontado como projeto de craque, jogadores como Ferran Torres, João Félix e até o lateral João Cancelo têm sido aproveitados no setor.
Com as pontas congestionadas, Xavi tem usado Raphinha como meia pelo centro, como no duelo contra o Alavés, no domingo (12). Mesmo com a nova possibilidade posicional, o brasileiro continua tendo poucas chances: dos quatro jogos desde que voltou da lesão, ele só foi titular diante do Shakhtar Donetsk, pela Champions League, e foi substituído aos 14 minutos do segundo tempo.