Em um clássico tenso e mais disputado do que jogado, Palmeiras e São Paulo não saíram do zero no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, nesta quinta-feira (20), no Allianz Parque.
O duelo que decidirá o título estadual de 2021 acontece no próximo domingo (23), às 16h, no Morumbi.
Atual campeão, o clube alviverde defende sua conquista e busca a 24ª taça do Paulista em sua história. Já os são-paulinos não conquistam o torneio desde 2005, e terão a oportunidade de faturar seu 22º título na competição.
Independentemente do vencedor no jogo de volta, o campeonato terá o seu primeiro técnico estrangeiro campeão desde 1975, quando o argentino José Poy celebrou o sucesso com o São Paulo. Seu compatriota Hernán Crespo mira a primeira conquista com a equipe tricolor, enquanto o português Abel Ferreira, campeão da América e do Brasil com o Palmeiras, procura somar mais um troféu.
A primeira etapa no Allianz mostrou um Palmeiras mais à vontade dentro da partida. Talvez por estar habituado a disputar (e vencer) decisões seguidas nos últimos tempos. Só com Abel Ferreira, que chegou em novembro de 2020, já foram quatro finais: Libertadores, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.
Do outro lado, uma equipe que priorizou o Campeonato Paulista justamente para tentar encerrar um jejum incômodo de títulos. Por isso o time reserva na última terça (18), pela Libertadores, e os força máxima no clássico desta quinta.
Os são-paulinos não sabem o que é ser campeão desde 2012. No Estadual, a taça não vem desde 2005.
Acostumado a ter a bola e ser protagonista a partir do domínio da posse, o São Paulo não conseguiu esse protagonismo e criou muito pouco para tentar furar o bloqueio palmeirense.
Fiéis ao seu plano de jogo, os alviverdes tiveram a primeira chance de perigo do confronto, naquela que é a principal característica da equipe: a roubada de bola na altura do meio de campo e a disparada em velocidade de seus dois atacantes.
Benítez errou passe para trás e deu no pé de Rony, que armou o contra-ataque e serviu Luiz Adriano. O camisa 10 invadiu a área e chutou cruzado, para a defesa de Tiago Volpi.
Para aumentar a dificuldade do time de Crespo, Daniel Alves deixou o gramado com dores no joelho direito. Na sequência, foi a vez de Benítez se lesionar. O argentino levou a mão à região da virilha e foi substituído no intervalo, após 45 minutos de atuação apagada.
Sem a bola, uma das estratégias do Palmeiras foi fechar a saída do São Paulo pelos lados, com Arboleda e Léo. Rony e Luiz Adriano atacavam os dois zagueiros, e permitiam que Miranda progredisse com a bola.
O capitão tricolor optou quase sempre pela bola longa. Quando tentou sair por baixo, errou passe e entregou no pé de Raphael Veiga, que arrancou da intermediária e chutou para boa defesa de Volpi.
Os donos da casa aproveitaram a dificuldade de imposição do rival e continuaram melhores na partida. Renan, após cobrança de escanteio, desviou de costas e a bola passou perto da trave são-paulina.
Quem acertou a trave foi Gabriel Sara, em chute de longa distância que carimbou o poste de Weverton, já aos 42 minutos do segundo tempo. Finalização de fora da área que marcou a única chance clara do São Paulo no clássico.
No próximo domingo, empate no Morumbi leva a decisão para os pênaltis. Na conquista de 2020, o Palmeiras sagrou-se campeão diante do Corinthians justamente nas penalidades.
PALMEIRAS
Weverton; Luan, Gustavo Goméz e Renan; Mayke, Felipe Melo, Patrick de Paula (Danilo Barbosa), Raphael Veiga (Gustavo Scarpa) e Victor Luis; Rony e Luiz Adriano (Wesley). T.: Abel Ferreira
SÃO PAULO
Tiago Volpi; Arboleda, Miranda e Léo; Daniel Alves (Igor Vinícius), Luan, Liziero, Gabriel Sara e Reinaldo; Martín Benítez (Igor Gomes) e Pablo. T.: Hernán Crespo
Estádio: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Anderson José de Moraes Coelho
Quarto árbitro: Salim Fende Chavez
VAR: José Cláudio Rocha Filho
Cartões amarelos: Abel Ferreira (técnico) e Rony (PAL); Miranda (SAO)