O Cruzeiro pode atrapalhar a ida do atacante Kleber do Palmeiras para o Grêmio. Depois de jogador e clubes de São Paulo e Rio Grande do Sul chegarem a um acordo, na terça, a agremiação mineira manifestou-se nesta terça-feira através de seu presidente recém-eleito, Gilvan de Pinho Tavares, que pediu claramente R$ 5 milhões para também dar seu aval na negociação.
O clube celeste detém os outros 50% dos direitos econômicos do atacante, e Pinho Tavares não gostou do fato de nem Palmeiras nem Grêmio o terem consultado sobre a possibilidade do negócio. Uma cláusula contratual diz que se mineiros ou paulistas vendam sua parte relativa ao atleta, é preciso o aval do outro.
Questionado se o Cruzeiro quer dinheiro para avalizar a transação, Pinho Tavares foi direto: "Evidentemente, evidentemente, só que ainda não fomos sequer consultados sobre qualquer negociação sobre o atleta Kleber... Tem que ser a mesma coisa dos 50% do Palmeiras, não é verdade? Evidentemente que se o Palmeiras avaliou em 5 milhões, temos que nos contentar com esses 5 milhões também", afirmou o novo mandatário do Cruzeiro em entrevista exclusiva à rádio Estadão ESPN.
O envolvimento de um jogador no negócio pode arrefecer o nervosismo do Cruzeiro, que teme ficar com um prejuízo de sua parte em relação a Kleber, já que o contrato do jogador com o Grêmio, se confirmado, será de cinco anos. Isto é, se seguido todo o prazo, uma nova possibilidade de o clube mineiro lucrar com o atleta só aconteceria em 2016.
"O Cruzeiro aceita conversar, não quer dizer que não vamos aceitar, a respeito de atletas, a respeito de valores... Não podemos é ser alijados do processo, senão vamos negociar nossa parte com outro clube", ameaçou Pinho Tavares, que se disse irritado com o Palmeiras: "Como podemos aceitar que um parceiro possa negociar o jogaador sem nenhum registro com o parceiro?", indagou, em tom de reprovação.
O presidente eleito também afirmou que o Cruzeiro não tentou a compra dos outros 50% dos direitos econômicos de Kleber por entender que o jogador, quando de sua saída para retornar ao clube paulista, deixou uma imagem "incompatibilizada com a torcida" celeste.