A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado quebrou o sigilo bancário e fiscal do Atlético Paranaense e do ex-presidente Mário Celso Petraglia devido à aproximação do clube com o empresário Juan Figger. A CPI desconfia que a venda dos jogadores Alberto, Lucas e Adriano para o Rentista e Central Espanhol (clubes semi-amadores, que mantêm parcerias com o uruguaio naturalizado brasileiro), ambos do Uruguai, foi realizada para driblar o fisco brasileiro.
Ontem foi a vez da CPI da Câmara aprovar a quebra do sígilo fiscal, bancário e telefônico de Figger, empresário que tem uma parceria sólida com o Atlético há mais de três anos. Ele é suspeito de sonegar o fisco e estar envolvido na falsificação de passaportes portugueses. Recentemente o centroavante Warley, o lateral-direito Alberto, e o meia Edu, negociados pelo empresário, foram flagrados na Europa utilizando passaportes falsos.
Figger atualmente tem alguns jogadores no plantel atleticano. Os principais nomes são do volante Cocito, que deve ser titular da equipe no primeiro semestre depois das dispensas dos volantes Silas e Luís Carlos Goiano, e o zagueiro Gustavo, herói da conquista do Campeonato Paranaense de 2000.
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Em apenas um ano, o rubro-negro negociou lateral-direito Alberto, o meia atacante Adriano e o atacante Lucas com equipes européias. Mas na verdade eles não foram vendidos diretamente pelo Atlético aos times europeus. O trio antes de ser vendido para clubes do velho continente foi negociado com um desses clubes uruguaios e posteriormente renegociados com o Udinese, da Itália, e Olympique e Rennes, da França.
Na época da venda do lateral, muito se especulou sobre o valor do seu passe, já que os dirigentes fizeram mistério sobre o real valor. Se falou em US$ 2 milhões, US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões. Recentemente descobriu-se um documento de transferência, em papel timbrado do Rentista, que dizia que Alberto foi para o Uruguai por US$ 1,725 milhão, incluindo os 15% que o jogador teria direito pelo passe.
Adriano, vendido por US$ 3,2 milhões para o Olympique, de Marselha, fez uma ponte no Central Espanhol. Já o centroavante Lucas, vendido por US$ 21 milhões, foi para o Rentista. O interessante que todos os atletas nem chegaram a se apresentar a esses clubes, que nem disputam o campeonato da primeira divisão uruguaia.
Na última quarta-feira, o Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI no Senado, explicou que essa prática de evasão fiscal era comum na maioria dos clubes brasileiros e citou o caso do meia Zé Roberto, que na época estava na Portuguesa de Desportos, de São Paulo, vendido para o Central Espanhol, de Montevidéo, por US$ 4,6 milhões e revendido no mesmo dia para o Real Madrid por US$ 9,980 milhões.