O Corinthians não abre mão de fechar a primeira fase na liderança do Campeonato Paulista. Quer decidir sempre no Pacaembu nos mata-matas. Mas, para isso, precisará tirar um diferença de cinco gols de saldo para o São Paulo, hoje o primeiro colocado por ter um ataque mais eficiente. Para isso, precisa que seu setor deixe de ser econômico a partir desta quarta-feira, às 22 horas, diante do XV de Piracicaba, no Pacaembu.
Até agora, em 15 rodadas do Estadual, o time alvinegro anotou três gols apenas uma vez, no empate diante do Comercial (3 a 3) e só ganhou por diferença acima de um gol em outras duas oportunidades (2 a 0 em Guaratinguetá e Portuguesa). No mais, placares magros que o time espera deixar para trás nessa reta final.
Principalmente nos dois próximos jogos, diante de equipes que estão lutando contra o rebaixamento, a ordem do técnico Tite é acabar com o "1 a 0 é goleada".
Nesta quarta, a missão cabe ao time considerado reserva, apenas com o lateral-direito Alessandro, de volta após sete partidas, o zagueiro Leandro Castán e o volante Ralf que carregam o rótulo de titulares. Gilsinho, Élton e Emerson formam o setor com a missão de marcar os gols.
Será a chance tão esperada por Emerson, já que faz tempo que ele não iniciava duas partidas seguidas. E o atacante promete não desapontar o técnico. Está certo que no treino com os 11 escalados para jogar, sem adversário nem mesmo goleiro do outro lado, é bem fácil. Mas até debaixo de temporal o atacante mostrou vontade acima do normal, correndo muito e balançando as redes com gosto.
Emerson perdeu a posição por estar com problemas na Justiça, mas, sobretudo, pela falta de vontade em alguns jogos. Chegou a ser cobrado por Tite por não ter vibrado após anotar um gol - diante do Linense (vitória por 1 a 0). Voltou elétrico, correndo como nunca e agora faz de cada encontro uma decisão para recuperar a confiança também nos jogos importantes, mostrando poder ser titular não porque alguém será poupado (como nesta quarta) ou está machucado (Alex sentiu dores antes do clássico).
"Nosso time vem mostrando bom futebol e mesmo com reservas, busca a liderança. Na tabela a gente está em segundo, mas quer ficar em primeiro para ter o mando de campo e é o que vamos buscar", afirmou o lateral-esquerdo Ramón, que ignora o São Paulo. "Não penso neles e sim na gente ganhar. Mas não interessa se for de quatro ou cinco e sim jogando bem. Temos de vencer e convencer, pois não adianta fazer três e não render. Quero que o coletivo renda melhor".
A confiança corintiana em buscar um bom triunfo tem justificativa. O XV de Piracicaba não ganha de um grande desde os 2 a 1 em cima do Corinthians, em 1995. Além disso, o retrospecto como visitante na temporada sugere que a missão corintiana não seja das mais difíceis. Em oito visitas, o time piracicabano somou apenas quatro pontos, levou 14 gols, quase dois por rodada, e só uma vez não foi vazado.
"Mas claro que existe um risco e até é mais difícil encarar esses times teoricamente pequenos que querem sair do sufoco", afirma Ramón. "E contra o Corinthians todos querem aparecer, é uma vitrine. Se não entrarmos concentrado, focado, mantendo o rendimento dos últimos jogos, vamos ter dificuldades".