Passada a eliminação do Paulista, com derrota para o Santos por 2 a 1 no último domingo, o torcedor são-paulino ainda pode viver um cenário pior esta semana, digno de filme de terror. Trata-se da possibilidade de a aposentadoria do goleiro Rogério Ceni ser antecipada pelos mãos do Corinthians. Seria um duro golpe do maior rival do clube naquele que é considerado por muitos torcedores o maior ídolo da história tricolor.
O cenário é o seguinte. De acordo com o presidente Carlos Miguel Aidar e muitas vezes o próprio Ceni, o Mito só joga até o fim desta temporada se o São Paulo conquistar a Libertadores. Caso contrário, se despede ao fim de seu contrato, válido até dia 5 de agosto, data da final da competição sul-americana. E quis o destino que a equipe chegasse à última rodada da fase de grupos, a ser disputada na próxima quarta-feira, no Morumbi, podendo ser eliminada pelo Corinthians.
Ou seja, seria a queda responsável por acabar com as possibilidades de Ceni jogar até o fim do ano. Vale lembrar que Ceni deve continuar atuando depois do jogo de quarta, pois até o dia 5 de agosto ainda haverá 16 rodadas do Campeonato Brasileiro.
A eliminação da Libertadores virá caso ocorra o seguinte. Se perder o jogo e o San Lorenzo (ARG) derrotar o já eliminado Danubio (URU) em Buenos Aires. Se empatar e a equipe argentina derrotar os uruguaios por mais de três gols de diferença. Em caso de vitória, confirma a vaga na próxima fase, bem como se o San Lorenzo não derrotar seu rival. Neste caso, a aposentadoria de Ceni ainda ficaria indefinida.
Rogério deixou a aberta a possibilidade de estender seu contrato porque poderia jogar um novo Mundial de Clubes. Ele também já disse que a oportunidade disputar mais uma Libertadores foi sua principal motivação para estender novamente a carreira, quando já havia anunciado que pararia, ano passado.
Desde 2013, quando falou pela primeira vez em pendurar as chuteiras, Ceni vem mudando de ideia conforme o andar das coisas. No ano passado, se empolgou com a base fase do time, vice-campeão do Campeonato Brasileiro e o bom ambiente no CT proporcionado pelo comando de Muricy Ramalho.
Desta vez, no entanto, a situação é outra. Os resultados no campo são péssimos - Tricolor não venceu nenhum clássico no ano -, o time não encontra uma forma de jogar e Ceni está insatisfeito com a falta de soluções táticas do time. Também já não goza do mesmo prestígio com a diretoria, como nos tempos de Juvenal Juvêncio.
O presidente Carlos Miguel Aidar tem feito questão de priorizar uma política financeira no que se refere aos salários do jogador e já disse que, de agora em diante, nenhum jogador chegará recebendo valor superior ao estipulado como teto, cerca de R$ 400 mil mensais. Ceni recebe bem acima.
Ter a carreira abreviada, embora já esteja com 42 anos, pelo Corinthians soa como ironia para Rogério Ceni. Contra o rival, o goleiro cravou ainda mais seu nome na história do futebol mundial, ao marcar o centésimo gol, em março de 2011, em partida pelo Campeonato Paulista, na Arena Barueri. O Tricolor venceu o jogo por 2 a 1 e Ceni, novamente, fez história. Agora, o cenário joga contra.