Em mais um duelo com "cara" de Libertadores, o Corinthians buscou um suado empate com o Boca Juniors, por 1 a 1, na noite desta quarta-feira, no tradicional Estádio La Bombonera, em Buenos Aires, no primeiro jogo da decisão. Romarinho, destaque no clássico de domingo, voltou a ser o herói corintiano ao marcar aos 39 do segundo tempo, 11 minutos depois do gol de Roncaglia.
O gol argentino, depois de forte pressão dos anfitriões, chegou a assustar os brasileiros. Mas o empate no fim, fora de casa, deu novo fôlego aos corintianos, que saíram de campo com a sensação de dever cumprido.
Com o resultado, que manteve a invencibilidade do Corinthians na competição, a final se manteve indefinida. Um empate no jogo da volta, no Pacaembu, na próxima quarta, levará o confronto para a prorrogação, que poderá ser seguida de pênaltis. Pelo regulamento, gols marcados fora de casa não contam como critério de desempate na decisão da Libertadores.
O JOGO - Boca Juniors e Corinthians fizeram um primeiro tempo de poucas emoções, raros momentos de perigo e muita disputa no meio-campo. Mais cauteloso, o time brasileiro adotou a estratégia de avançar somente nos contra-ataques, como era esperado. Mas passou a se soltar a partir da metade da etapa inicial.
No entanto, quem começou no comando do jogo foram os anfitriões. Logo no primeiro minuto, Riquelme levantou na área e Schiavi cabeceou com perigo, por cima do travessão. A resposta do Corinthians veio aos 7. Paulinho acertou um belo chute, de longe, e deu trabalho para o goleiro Orión, que espalmou para fora.
Mas os dois bons lances no início não foram representativos do restante da primeira etapa. Cada vez mais truncado no meio-campo, o jogo tinha o domínio dos argentinos, que não conseguiam gerar pressão sobre a sólida defesa corintiana. Ralf chegou a falhar no fim, mas o Boca não aproveitou. Em outro lance, aos 34, Santiago Silva acertou bela bicicleta, que parou em Alessandro na pequena área.
Confiante na defesa, o Corinthians passou a se arriscar no ataque. Em duas jogadas de perigo, quase surpreendeu com infiltrações de Danilo e Alex, neutralizadas pela atenta zaga rival. As tentativas acabaram se restringindo a chutes de longa distância de Danilo, aos 30, e Chicão, em cobrança de falta, aos 41. A essa altura, Liedson já substituía Jorge Henrique, com dores na coxa.
O bom ritmo do Corinthians, contudo, foi cortado logo no início do segundo tempo. O Boca voltou melhor do intervalo e parecia determinado a definir a partida nos primeiros minutos da etapa. Aos 4, a bola sobrou para Riquelme encher o pé da entrada da área, para fora. O meia ainda encaixou outra finalização, aos 9, sem maior perigo.
Aos 16, o capitão Riquelme voltou a ameaçar a defesa brasileira, em rápida tabela com Mouche dentro da área. O atacante, porém, bateu fraco e desperdiçou grande oportunidade. De tanto insistir, o Boca chegou ao gol aos 28 minutos.
Após cobrança de escanteio, Santiago cabeceou e Chicão desviou com a mão em cima da linha. A bola, então, carimbou a trave e rebateu em direção de Roncaglia, que não perdoou e mandou para as redes. Apesar do toque de mão, Chicão foi poupado pelo árbitro e recebeu apenas o cartão amarelo.
Assustado, o Corinthians viveu minutos tensos até se reequilibrar na partida. Mas, após neutralizar o ímpeto argentino, deu alívio à torcida ao buscar o empate, aos 39. Destaque do time na vitória sobre o Palmeiras, no domingo, Romarinho voltou a brilhar ao receber grande passe de Emerson e bater na saída de Orión: 1 a 1.
Cada vez mais emocionante, o primeiro jogo da final ainda reservou um susto aos corintianos aos 45 minutos. Após cruzamento de Santiago Silva, Viatri acertou a cabeça e mandou no travessão. No rebote, Cvitanich não conseguiu aproveitar o rebote, no último lance de perigo do jogo.
Antes do segundo jogo da decisão, o Corinthians vai descansar no fim de semana. A partida contra o Botafogo, pela 7ª rodada do Brasileirão, foi adiada para o dia 11, no Pacaembu. Antes disso, o time enfrentará o Sport no dia 8, em Recife.