Clássico é um jogo diferente. Envolve emoção, fanatismo e serve para reerguer ou derrubar de vez uma equipe. Neste domingo, às 16 horas, no Pacaembu, Corinthians e Palmeiras medem forças num duelo que servirá como combustível para os arquirrivais no Campeonato Brasileiro. Vencer significa ganhar fôlego para arrancada na reta final da competição, seja pelo título (caso dos alvinegros) ou por vaga à Copa Libertadores de 2011 (no momento a principal meta dos alviverdes).
A quatro pontos do líder Cruzeiro e a três do Fluminense, os corintianos sabem que não podem mais desperdiçar pontos. Sem vencer há sete rodadas, precisam ganhar ou caminharão para fechar a temporada sem motivo para festa. "É um jogo-chave. A vitória remete a uma projeção da possibilidade de busca do título, mas a derrota retira essa possibilidade", enfatizou o estreante da tarde, o técnico Tite.
Depois de ter vantagem de 11 pontos em relação ao terceiro colocado e 15 sobre o Palmeiras (agora são apenas seis), o Corinthians despencou na tabela de classificação e já vê até a vaga no torneio continental ameaçada.
Do time considerado o ideal, o Corinthians não terá apenas o atacante Jorge Henrique, machucado. Com força quase máxima, Ronaldo empolgado e casa cheia, a confiança é enorme no Parque São Jorge. "Na outra passagem pelo clube eu corria pra fugir do inferno (contra o rebaixamento em 2004). Agora vou correr para chegar ao céu", afirmou o motivador Tite.
Otimismo de um lado, "jogo de palavras" do outro. Felipão, sempre com o discurso pessimista já chegou a dizer que seria impossível uma vaga na Libertadores pelo Brasileirão - "São 114 pontos de diferença", exagerou - e, mesmo com as chances cada vez mais claras, usa o artifício de jogar o favoritismo para os rivais e tirar pressão de seu grupo para armar uma cilada aos corintianos.
O atacante Kléber ignora o discurso de Felipão, deixa o jogo de cena e diz que o clássico é o "confronto do ano." Mesmo que não tenha taça em jogo, tirar o rival da briga seria uma conquista. "O Corinthians passa apor algumas dificuldades, era líder e agora corre risco (de ficar fora do G-4). Temos de aproveitar isso".