O Corinthians se reencontra nesta quarta-feira (15) com a sua eterna obsessão, a Libertadores, tentando transformá-la numa competição como outra qualquer. "A Libertadores é pequenininha perto do Corinthians", discursou o novo presidente do clube, Mário Gobbi.
A estreia diante do Deportivo Táchira, às 22 horas (horário de Brasília), na Venezuela, evidencia os sinais desse novo comportamento corintiano, defendido pela comissão técnica e pela diretoria.
Desta vez, ninguém fala em favoritismo, como foi no ano do centenário (2010). E o fiasco diante do Tolima, no ano passado, ainda está fresco na memória corintiana. Ao contrário de outras edições da Libertadores, a aposta agora é na força do grupo. É no time que, segundo o técnico Tite, tem "alma". Nenhuma estrela foi contratada para se juntar ao campeão brasileiro. O principal reforço, por exemplo, estará no banco de reservas: o meia Douglas.
As últimas participações do clube na Libertadores foram marcadas pela presença de astros, como Carlitos Tevez (2005) e Ronaldo e Roberto Carlos (em 2010 e 2011). Mas há uma ironia: o jogador que foi contratado para ser o "cara" da equipe mal jogou desde que chegou ao clube: Adriano, que nem sequer viajou para a Venezuela e continua fora do time.
O Corinthians "galáctico" do passado na Libertadores virou o Corinthians "operário" de Tite. Trata-se do comandante que tem o grupo nas mãos e põe titulares no banco sem cerimônias, além de ter sobrevivido ao fracasso decorrente da eliminação frente ao Tolima. O técnico diz que, agora, o time tem de mostrar que está mais maduro porque entra na sua terceira participação consecutiva.
"Não podemos jogar numa Bombonera e ver a bola ficar queimando no nosso pé", disse Tite, numa de suas várias entrevistas no CT do Parque Ecológico, citando o temido estádio do Boca Juniors, que, por sinal, volta à competição neste ano.
O elenco que estreia na Libertadores é basicamente o que mesmo venceu o título do Brasileirão. Todos os titulares foram mantidos. Este é outro ponto importante realçado por Tite. Segundo ele, a derrota para o Tolima, na fase preliminar da Libertadores do ano passado, deveu-se, em parte, à saída de alguns jogadores importantes do time. "Nós disputamos a Libertadores de 2011 sem um mínimo de ajuste físico, impossível pelo tempo (de treinamento), e técnico, pela saída do Elias, do William", comparou o treinador.