Começaram os trabalhos da Comissão de Inquérito do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) que irá apurar denúncias de irregularidades na arbitragem paranaense. O primeiro convocado a depor foi José Carlos Marcondes, ex-diretor da Comissão de Arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Antes mesmo de prestar seu depoimento, Marcondes já atacava a iniciativa do TJD. "Essa comissão só vai denigrir a imagem do futebol e da arbitragem paranaense. Todos sabem que temos árbitros excelentes e honestos, e que na minha gestão desenvolvemos um trabalho único no Brasil. Mas com essa investigação, a imagem que vai ficar para a população é que existe corrupção", protestou.
O auditor da comissão, Eduardo Varela Garcia, contesta as declarações de Marcondes. "Se realmente não houver irregularidades na arbitragem, o relatório da Comissão servirá para dirimir quaisquer dúvidas sobre isso. Nós iremos investigar a fundo todas as denúncias, inclusive as anônimas, e não nos restringiremos apenas aos árbitros. Tentativas de suborno e comportamentos irregulares de dirigentes também serão investigados", declarou.
Marcondes não acredita no auditor. "Eles nunca vão apurar nada do Valmor (Zimmermann), do Marcus Coelho, do (Mário Celso) Petraglia (todos dirigentes do Atlético)", afirmou o ex-diretor de futebol, que pediu demissão após afirmar que foi ameaçado de morte pelo diretor de futebol do Atlético, Valmor Zimmermann.
Independente do resultado das investigações, a iniciativa foi apoiada pelos dirigentes dos clubes. "O Brasil está entrando em um novo tempo. A sociedade está fazendo valer o seu direito de questionar e saber o que está acontecendo. O futebol desperta o interesse popular, e é natural que as pessoas queiram saber o que está acontecendo", acredita Francisco Araújo, presidente do Coritiba.
O presidente do Paraná Clube, Ênio Ribeiro também elogiou a iniciativa, mas crê que o relatório final não trará muitas novidades. "Não existe nada para ser apurado. Atualmente, não há corrupção no futebol paranaense", conclui Ribeiro.