O zagueiro Nathan tem 19 anos, fez só dois jogos como profissional no Palmeiras e nunca havia dado uma entrevista coletiva, mas apresentou-se à imprensa antes do presidente Paulo Nobre para responder a inevitáveis perguntas sobre a derrota por 6 a 0 para o Goiás, domingo, da qual ele nem participou. O garoto tremeu, gaguejou, mas não se escondeu da responsabilidade:
- Eu estou vivendo um momento de muita pressão. Tenho 19 anos e já estou passando por isso, não é para qualquer um. Se eu com 19 anos estou aqui, suportando, dando a cara, todo mundo tem essa possibilidade. Agora está todo mundo unido. Não tem essa de ser eu, o Lúcio, um dirigente... Vim falar não só por mim, mas em nome do Palmeiras. Não importa se sou eu, se tenho 19 anos, se ninguém de lá veio aqui. Se eu com 19 anos estou suportando essa pressão, eles também podem - disse o jogador.
O único dirigente que conversou com jornalistas após o vexame foi o diretor-executivo José Carlos Brunoro, justamente no momento em que está mais afastado do dia a dia do futebol. O LANCE!Net e diversos meios de comunicação entraram em contato com a assessoria pessoal de Paulo Nobre, mas ele prefere não se manifestar por enquanto. O gerente de futebol Omar Feitosa e os vices Genaro Marino e Maurício Precivalle também não deram entrevista.
Nathan foi escolhido pela assessoria de imprensa do Verdão porque será titular contra o Vitória, às 19h30 de quinta-feira, ocupando a vaga do lesionado Victorino. Mas ele respondeu a pouquíssimas perguntas sobre o assunto.
- É tudo novo para mim, uma hora eu ia ter que dar entrevista. Não foi no melhor momento. Mas falaram um monte da minha estreia: "Pô, colocar um moleque de 19 anos contra o Fluminense no Maracanã?". E eu mostrei para todo mundo, tenho capacidade. Se me colocaram aqui na coletiva é por isso - disse ele, claramente nervoso.
- Complicado, eu não tinha vivido isso. Estava acostumado a jogar com 60 pessoas torcendo, sendo que 50 eram família. Minha vida mudou em três semanas, e tive que me adaptar muito rápido. Estou aqui, não esperava viver essa fase, mas estou aqui e preparado para isso. Eu sempre esperei por isso. Queria que fosse melhor, que estivesse em primeiro, buscando a Libertadores. Eu sempre busquei estar no profissional, ter o dia a dia com ídolos, não tenho do que reclamar. Uma hora eu ia ter que passar por isso, brigar no rebaixamento, mas uma hora vou brigar pela Libertadores também.