Futebol

Com Muricy pressionado até pela torcida, São Paulo recebe Audax no Morumbi

21 fev 2015 às 08:52

A temporada ainda não completou um mês e já trouxe ao técnico Muricy Ramalho uma pressão muito maior do que a vivida em todo o ano passado no comando do São Paulo. A atuação apática do time na estreia pela Libertadores levou o treinador a mudar a programação de treinos e ver a torcida se manifestar para pedir a sua demissão.

Na véspera do jogo deste sábado, contra o Audax, as atividades começaram diferentes no CT da Barra Funda. O início do treino atrasou cerca de 30 minutos. Nesse período, Muricy teve uma conversa reservada com os jogadores e a parte final dessa reunião teve a presença também do vice-presidente de futebol do clube, Ataíde Gil Guerreiro.


Esses encontros fazem parte da rotina do time, mas nesta sexta-feira o clima e o conteúdo foram diferentes. Praticamente só Muricy falou. Conhecido pelo jeito ranzinza, o técnico tem se incomodado justamente com a passividade do elenco dentro de campo e quer que os atletas também tenham o mesmo comportamento exigente dele.


"Nossos jogadores são amigos, mas dentro de campo ninguém fala. Às vezes se respeitam demais. Chamar a atenção do companheiro não é para deixar o outro na roubada", disse.


A derrota por 2 a 0 para o Corinthians deixou o clube tenso. O difícil Grupo 2 da Libertadores tem o São Paulo na lanterna e com vergonha do futebol apresentado no Itaquerão, quando nem sequer obrigou o goleiro Cássio a fazer defesas.


Durante a entrevista coletiva desta sexta, Muricy não demonstrou estar tenso, como de costume. Com ar tranquilo e paciente, deixou escapar que uma dificuldade das reuniões com os jogadores é manter a atenção do elenco quando se precisa falar por mais de 20 minutos.


Quando a atividade com bola começou, houve outra novidade. As vésperas de partidas costumam ter somente um treino recreativo em campo reduzido. Neste sábado Muricy mudou e por uma hora fez trabalho tático com o possível time que será escalado na quarta-feira, contra o Danubio, pela Libertadores.


A partida contra o time uruguaio, no Morumbi, já tem clima de decisão e deve levar o técnico a escalar os titulares neste sábado, como uma espécie de treino.


O meia argentino Centurión, por exemplo, é um provável titular, mas, como está suspenso do jogo de quarta-feira, treinou entre os reservas e deve ficar no banco neste sábado somente para priorizar a preparação com foco no Danubio.


O técnico participou ativamente do treino, ao interromper diversas vezes para arrumar o posicionamento e cobrar principalmente pressão na saída de bola adversária. O volante Souza foi encarregado de subir e ajudar os atacantes nessa missão. Só ao fim desse trabalho os jogadores participaram do rachão.


Enquanto Muricy comandava o treino, perfis nas redes sociais da Torcida Independente, a maior organizada do São Paulo, pediam a demissão dele. "Muricy Ramalho ultrapassado, sem padrão de jogo. Não tem mais como ser técnico", dizia o texto, que pedia a aposentadoria dele: "Vai pescar".


Como resposta, alguns torcedores voltaram a pedir a contratação de Vanderlei Luxemburgo, que está no Flamengo. O técnico chegou a ser especulado no time tricolor em 2013, quando o clube demitiu Ney Franco e na sequência Paulo Autuori enquanto lutava contra o rebaixamento no Brasileiro.


A parte mais ofensiva do conteúdo contra Muricy foi apagada pela torcida cerca de três horas depois da publicação. Na sequência, o mesmo perfil descartou a organização de protestos para o jogo deste sábado e escreveu que daria ao técnico e ao elenco um voto de confiança. "Joguem por nós com raça e amor à camisa que cantaremos os 90 minutos por vocês".


AUDAX - Precisando quebrar a sequência de quatro empates seguidos para sair da parte de baixo da tabela de classificação, o técnico Fernando Diniz definiu que não irá mudar o time do Audax para encarar o São Paulo. O treinador acredita que o seu "tiki-taka" está evoluindo e que pode surpreender o adversário neste sábado no Morumbi.


O único desfalque é Carlos Magno, que está entregue ao departamento médico. Do resto, Fernando Diniz tem todos os jogadores à disposição. O setor mais criticado do time, o ataque, deverá ser formado novamente por Thiago Silvy e Ytalo, mas Gilsinho pode ficar com uma vaga.

"Infelizmente o resultado não veio de novo, mas o time, pelo menos, está mostrando evolução. Quando a primeira vitória finalmente sair, as outras vão acontecer naturalmente", disse Diniz, referindo-se ao empate, por 1 a 1, com o Marília.


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