Passados mais de sete meses da eliminação do Brasil na Copa do Mundo da Rússia e mesmo afastado dos gramados por causa de nova lesão no quinto metatarso do pé direito, Neymar tem conseguido recuperar a sua imagem perante público e patrocinadores depois de virar motivo de chacota e gerar memes nas redes sociais devido sua performance nos gramados russos. Nesta quarta-feira, por exemplo, o brasileiro foi anunciado como novo embaixador global do DAZN, marca de streaming esportivo.
Um plano de ação montado pelo seu pai e empresário junto com assessores ligados à área de marketing garantiu ao craque do Paris Saint-Germain não só a permanência dos seus principais patrocinadores, como também a atração de novas empresas para substituir marcas que não tiveram seus contratos renovados. Até o número de seguidores nas redes sociais do atacante foi incrementado pós-Copa, embora a maior preocupação do seu estafe após o fiasco na Rússia sempre foi recuperar a imagem de Neymar como jogador. O craque brasileiro, por exemplo, acompanha neste momento nova arrancada de Messi no Barcelona e todo o esforço de Cristiano Ronaldo para se dar bem na Juventus - ele é o artilheiro do Campeonato Italiano.
Foi depois do Mundial do ano passado, por exemplo, que o atacante do Paris Saint-Germain rompeu a barreira dos 200 milhões de seguidores em suas contas nas três principais mídias sociais (Facebook, Instagram e Twitter). Hoje, são 210 milhões de seguidores - o equivalente à população do Brasil. Mais da metade dessa turma está concentrada no Instagram. Neymar saiu de 99 milhões de seguidores na rede depois da eliminação para a Bélgica para 111 milhões atualmente. As redes sociais, inclusive, estão entre os principais canais de propaganda do atleta para os seus patrocinadores.
Em dezembro, por exemplo, ele fechou contrato com a Qatar National Bank (QNB), maior instituição financeira do Oriente Médio e da África. Atualmente, o brasileiro tem mais de uma dezena de patrocinadores. A lista de marcas inclui gigantes internacionais como Nike, Red Bull, TCL, Mastercard e Gillette. Uma leitura que se pode fazer é de que a marca Neymar não perdeu valor com o fracasso da seleção na Copa.
Logo após o Mundial da Rússia, o primeiro passo dos responsáveis por administrar a carreira de Neymar foi reconhecer (internamente) que o craque saiu da disputa com a imagem arranhada por exagerar nas expressões de dor a cada falta sofrida em campo. O Estado apurou que, além de orientar que o atacante mudasse de postura em campo, fora das quatro linhas a estratégia montada foi de que Neymar deveria passar uma imagem mais "humanizada" ao público.
A garotada foi um nicho importante explorado pelo jogador e o seu instituto, na Praia Grande, teve papel fundamental nesse processo. Neymar participou de eventos beneficentes voltado aos jovens carentes atendidos pela entidade.
Com a imprensa, a relação também mudou. Se durante o Mundial ele quase não falou com os jornalistas (passou rapidamente na zona mista depois do jogo contra a Suíça e respondeu a três perguntas em entrevista coletiva após a partida com México), o craque deixou de lado a reclusão. Além de conversar com os jornalistas com maior frequência durante os amistosos da seleção, chegou a levar o seu filho, Davi Lucca, para participar ao seu lado de uma coletiva em Londres, na véspera do amistoso do Brasil contra o Uruguai.
Até a nova lesão no pé direito sofrida em janeiro foi usada dentro do plano de "humanizar" o craque. Pelo YouTube, por exemplo, o torcedor pode assistir aos exercícios físicos e sessões de fisioterapia a que ele é submetido diariamente. A ideia é mostrar em detalhes a rotina de Neymar para voltar aos gramados. Como comparação, no ano passado, quando ele quebrou o pé direito pela primeira vez, foram divulgadas pouquíssimas imagens do tratamento. Quase nada. Numa das fotos, ele tinha Bruna Marquezine no colo.
Dessa vez, apenas uma pequena parte da recuperação está sendo feita no Brasil e Neymar tem ficado mais próximo do dia a dia do PSG. O técnico Thomas Tuchel, inclusive, já avisou que considera importante que ele, mesmo lesionado, retorne para Paris para apoiar os companheiros no jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Manchester United, no dia 6 de março