Um primeiro tempo irretocável e surpreendente deu à Ponte Preta uma vitória arrasadora em cima do Palmeiras. Os 3 a 0 no estádio Moisés Lucarelli, neste domingo, colocam o time de Campinas (SP) em situação favorável no jogo que decidirá a vaga na final do Campeonato Paulista. Dono da melhor campanha na primeira fase, o clube alviverde precisa ganhar por 4 a 0 no estádio Allianz Parque, em São Paulo, no sábado, para se classificar à decisão.
O resultado mantém um longo tabu a favor da Ponte Preta, que agora soma seis jogos sem perder para o Palmeiras - são quatro vitórias e dois empates. A última vez que o time alviverde superou o campineiro foi em julho de 2015. Neste domingo, a equipe do técnico Eduardo Baptista sequer chegou perto de quebrar esse jejum.
O gol logo aos 38 segundos não foi obra do acaso ou sorte. A Ponte Preta jogou o primeiro tempo inteiro da mesma maneira. Aliou a forte (e às vezes desleal) marcação com a velocidade de seus jogadores de ataque. O trio formado por Lucca, William Pottker e Clayson desmontou o sistema defensivo do Palmeiras, em especial o lado esquerdo.
Felipe Melo e Tchê Tchê não deram a sustentação necessária aos laterais Zé Roberto e Jean. O resultado disso é que o goleiro Fernando Prass foi bombardeado do início ao fim da primeira etapa: ele fez duas defesas antes de sofrer o primeiro gol marcado por William Pottker e não teve nenhuma chance diante de Lucca e Jeferson, os autores dos outros dois gols da Ponte Preta.
Se a Ponte Preta fez três gols em 45 minutos (e poderia ter feito mais), o Palmeiras mal chegou à área do goleiro Aranha. De concreto, houve apenas uma chance clara, em uma cabeçada do colombiano Borja. É muito pouco para o time considerado favorito ao título. "Não temos o que falar, a Ponte comeu a gente", disse um sensato Felipe Melo no intervalo. Ele estava certo, porém Eduardo Baptista deveria ter ao menos tentado consertar a sua equipe na etapa inicial.
As mudanças vieram apenas no segundo tempo. Primeiro com Michel Bastos no lugar de um apático Guerra. Depois com Alecsandro na vaga de Borja. O estrago já estava feito. O Palmeiras não conseguia pressionar o rival a ponto de diminuir o placar. E para piorar corria sério risco de sofrer o quarto gol, o que praticamente enterraria as chances de chegar à final.
O panorama do jogo mudou na última meia hora porque a Ponte Preta diminuiu o ritmo, já satisfeita com o resultado obtido no primeiro tempo. Cansado, o Palmeiras estava entregue. A vitória dura diante do Peñarol no meio de semana teve reflexos em Campinas.
FICHA TÉCNICA
PONTE PRETA 3 x 0 PALMEIRAS
PONTE PRETA - Aranha; Jeferson, Marllon, Yago e Reynaldo (Arthur); Fernando Bob, Elton e Jadson (Wendel); Lucca, William Pottker e Clayson (Lins). Técnico: Gilson Kleina.
PALMEIRAS - Fernando Prass; Jean, Edu Dracena, Mina e Zé Roberto; Felipe Melo, Tchê Tchê e Guerra (Michel Bastos); Willian (Roger Guedes), Borja (Alecsandro) e Dudu. Técnico: Eduardo Baptista.
GOLS - William Pottker, aos 38 segundos, Lucca, aos 7, e Jeferson, aos 33 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO - Marcelo Aparecido Ribeiro Souza.
CARTÕES AMARELOS - Jadson, Jeferson, Fernando Bob e Reynaldo (Ponte Preta); Thiago Santos (do banco de reservas), Borja e Mina (Palmeiras).
RENDA - R$ 376.645,00.
PÚBLICO - 12.843 pagantes (13.706 no total).
LOCAL - Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP).