Futebol

Clubes paranaenses na mira da CPI

10 nov 2000 às 10:50

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado está batendo nas portas dos dirigentes do Paraná. O presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Rolim de Moura, e o empresário Sérgio Malucelli, proprietário do Iraty, de Irati, podem ter seus sigilos bancários e fiscal quebrados por sugestão de um de seus integrantes. Presidentes de todas as federações e as próprias federações estaduais também devem ser investigados. Malucelli foi acusado pela ex-secretária do técnico Wanderley Luxemburgo, Renata Alves, de falcatruas.

O Atlético Paranaense também deve ser investigado pelas negociações dos atacantes Lucas, vendido para o Rennes por US$ 21 milhões, e Adriano, para o Olympique, por US$ 3,2 milhões. O presidente do Atlético, Ademir Adur, disse que o valor anunciado na imprensa não corresponde à realidade. O coordenador de marketing, Mário Celso Petráglia, confidenciou que o valor foi de US$ 21 milhões, mas que o time ficou com apenas US$ 7,5 milhões. US$ 6 milhões ficaram na mão de um empresário europeu, que intermediou a negociação e para o atleta, como parte dos 15% que tem direito. Os outros US$ 7,5 milhões foram para o empresário Juan Figger, que detinha metade do passe do atacante paulista.


O vice-presidente de futebol, Valmor Zimmerman, afirma que o Atlético não tem nada a temer da CPI. "Tívemos problemas quando vendemos o Paulo Rink para o Bayer Leverkusen, da Alemanha há alguns anos. Fomos procurados pelo Banco Central e tivemos que nos justificar pela falha. Quando negociamos o Lucas e o Adriano já sabíamos os trâmites legais e não repetimos o erro".

Mas não é somente o Atlético que deve ser investigado pela CPI do Senado. Paraná Clube, Coritiba e Matsubara também correm o risco de entrar na lista. O caso que deve merecer mais atenção dos políticos em Brasília é o time de Cambará, que desmanchou sua equipe profissional no início do ano e agora somente trabalha com as divisões de base. No ano passado a diretoria anunciou uma parceria com uma equipe da Suíça. Hoje os dirigentes se esquivam de dar detalhes, mas a equipe continua enviando atletas juniores para o exterior.


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