O presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, recebeu, nesta semana, representantes do Clube dos 13, entidade que congrega os principais clubes do futebol brasileiro, para falar sobre o programa que oferece a presos oportunidades no mercado de trabalho. A ideia é proporcionar vagas de trabalho nos clubes e oferecer a prática de esportes para os jovens.
"A participação do Clube dos 13 no programa Começar de Novo demonstra que a sociedade brasileira está efetivamente disposta a resolver, com eficácia e máxima transparência, o secular problema da reinserção social dos egressos do sistema prisional. Mais uma vez, o futebol torna-se agente de integração, agora com horizontes ampliados, já que inclui o fortalecimento diário e salutar do exercício pleno da cidadania", disse o ministro Gilmar Mendes.
O presidente da Comissão Especial de Responsabilidade Social do Clube, André Sanches, saiu animado do encontro e disse que até o final do ano deverá ser firmado acordo para inserir egressos e menores infratores nos clubes de futebol. "Nós, do Clube dos 13, aproveitando a proximidade da Copa do Mundo e a paixão que todo brasileiro tem por futebol, vamos nos engajar na responsabilidade social para poder ajudar a sociedade brasileira", afirmou.
Outro ponto a ser discutido dentro do programa é a indicação de um jogador de futebol para atuar como embaixador ou padrinho do projeto. Para André Sanches, é preciso perder o preconceito de pensar que uma pessoa que cometeu um crime e pagou por ele na prisão não pode voltar para a sociedade. "Os clubes estão encampando a proposta do CNJ", defendeu.
Segundo o secretário-geral do CNJ, Rubens Curado, a proposta é trabalhar na ressocialização de egressos do sistema penitenciário, até como mecanismo de segurança pública, para evitar que eles retornem ao crime. Para Curado, a aproximação com o Clube dos 13 pode fazer com que, por meio do futebol e da mídia ligada ao futebol, haja uma disseminação social do tema e que sirva como exemplo para outras entidades.
"Fomos surpreendidos positivamente ao perceber que o Clube dos 13 também tem uma comissão de responsabilidade social, com alguns trabalhos ligados a egressos e a menores, fazendo então um casamento entre a iniciativa do CNJ e a iniciativa do clube", sustentou Rubens Curado.