A CBF vai pedir nesta sexta-feira ao Tribunal Disciplinar da Conmebol a absolvição do atacante Neymar por sua expulsão depois do jogo entre Brasil e Colômbia, na quarta-feira. O craque já não irá enfrentar a Venezuela no domingo por estar suspenso pelo acúmulo de dois cartões amarelos e o departamento jurídico da entidade considera que essa pena já está de bom tamanho. A decisão do tribunal será tomada na tarde desta sexta-feira.
"Entendemos que, por ele ser primário, a suspensão por uma partida (pelo acúmulo de cartões) já é mais do que suficiente", disse ao Estado o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes. "E ele é alvo de violência, provocações. Isso desestabiliza."
Alegar que Neymar foi vítima de provocação, por parte dos jogadores colombianos e até da arbitragem, é a estratégia de defesa. Além disso, a CBF vai dizer, no e-mail que enviará ao Tribunal Disciplinar da Conmebol até o meio-dia desta sexta-feira, que o craque não ouviu o apito do juiz Enrique Osses finalizando a partida entre Brasil e Colômbia e, pensando que a bola ainda estava em jogo, chutou-a em direção ao gol e atingiu Armero.
Isso porque, na súmula, Osses relata que Neymar foi o pivô da confusão quando o jogo acabou ao chutar a bola em Armero, e depois dar uma cabeçada no zagueiro Murillo, que tomou as dores do companheiro. Em seguida, o brasileiro foi empurrado pelo atacante Bacca, também expulso.
O diretor jurídico da CBF vai argumentar também em seu pedido de absolvição pela expulsão que Neymar foi provocado até pelo auxiliar Carlos Astroza, situação testemunhada por integrantes da comissão técnica da seleção. "Ele foi provocado até pelo bandeirinha, que o chamou de 'piscinero' várias vezes e falava para ele jogar futebol", disse.
Carlos Eugênio Lopes reclama dos juízes fracos que têm sido escalados para os jogos do Brasil, considera que Neymar tem sido perseguido pela arbitragem e dá como exemplos os cartões amarelos recebidos pelo jogador na Copa América. "Contra o Peru ele foi advertido por mover a espuma. Outro jogador moveu (não disse qual) e não aconteceu nada. Contra a Colômbia a bola bateu na mão dele e não ao contrário."
O Tribunal Disciplinar é composto por cinco membros. Deles, dois não podem participar da sessão: o presidente, o brasileiro Caio César Rocha, e o colombiano Orlando Morales. O destino de Neymar será definido pelo uruguaio Adrián Leiza, o chileno Carlos Tapia e o boliviano Francisco Lozada.
Se a decisão do tribunal não agradar, a CBF poderá recorrer à Câmara de Apelações, que terá de dar uma posição até a véspera da partida de quartas de final.