O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, afirmou que os prazos para a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 não o preocupam. Segundo ele, o país estará pronto para o evento até 2013, ano em que sediará a Copa das Confederações.
"Não temos nenhum receio de não cumprimento [dos prazos] porque, até agora, justamente na área do governo federal, ele [governo] está no tempo exato de todas as previsões. Nos estádios, a data limite para início das obras é março e estão todos cumprindo rigorosamente os processos", disse Teixeira, ao participar, em Fortaleza, do 4º Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
De acordo com ele, se alguma das 12 cidades-sede deixar de cumprir os prazos e o que está no projeto, poderá ser substituída. "Isso já aconteceu em vários países", afirmou.
Teixeira reafirmou que sua maior preocupação é com infraestrutura aeroportuária, mas ressaltou que está seguro de que serão realizadas no prazo previsto (até 2013) todas as obras necessárias e exigidas pela Fifa, a Federação Internacional de Futebol. "O governo está tratando desse assunto, e tenho certeza de que vai ficar tudo pronto."
Também presente ao evento, o ex-diretor da Polícia de Segurança Pública dos Estados da Alemanha e consultor da Copa do Mundo, Bernd Manthey, acredita que o Brasil esteja preparado a tempo de receber os jogos.
Segundo el, é preciso diferenciar o público: quem vai às Olimpíadas gosta de esporte em geral e quer participar de tudo, mas a Copa tem de ser vista de outra forma. "Creio que a Copa do Mundo será mais importante para o Brasil exatamente pelo fato de o país ser a pátria do futebol. Em 2016 [ano das Olimpíadas no Rio], tudo estará preparado porque já se terá a experiência da Copa."
Quanto à questão da segurança, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o Brasil tem duas grandes vantagens: a experiência do Pan-Americano no Rio e o tempo que falta para a realização da Copa. Ele disse que, com a ajuda de organizações internacionais, o Brasil poderá dispor de um banco de dados de torcedores violentos e copiar o modelo usado na Copa da Alemanha, em 2006, para controlar ou proibir a entrada de tais torcedores em seus estádios.
Segundo Corrêa, outra ideia é proibir a comercialização de bebidas alcoólicas ao redor dos estádios.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Valmir Lemos de Oliveira, destacou que, como sede da Copa, o país tem de estar preparado para combater a criminalidade e as manifestações radicais que podem surgir num grande evento mundial. "[Um evento como a Copa] pode atrair a pequena criminalidade, o crime organizado e também gerar manifestações radicais de algum tipo de grupo ativista."
Apesar de considerar que o risco de um ataque terrorista na Copa seja pequeno, o secretário afirmou que esta preocupação não pode ser desconsiderada.
Citando números de uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas, Teixeira disse que a Copa trará cerca de R$ 155 bilhões em investimentos para o país entre os anos de 2009 e 2014, com a criação de 18 milhões de empregos e aumento de 20% no fluxo de turistas. "A Copa é uma oportunidade para deixarmos um país melhor para as novas gerações.
O presidente da CBF ressaltou que o modelo de gestão da Copa de 2014 será "o mais privado possível". Assim, o comitê organizador criado para o evento não vai receber "nenhum centavo" de recursos públicos, explicou. Segundo ele, o comitê receberá recursos privados e também da Fifa.