São Paulo e Internacional fizeram um jogo à altura de uma decisão pela liderança do Campeonato Brasileiro, nesta quarta-feira, 28, no Morumbi. Melhor para o time da casa, que venceu por 1 a 0, com um gol de Washington, e tomou a primeira posição do Palmeiras, que ainda enfrenta o Goiás, também pela 32.ª rodada, nesta quinta.
Com o resultado, o time do Morumbi soma agora 55 pontos, apenas um a mais que o Palmeiras - no ano passado, o tricolor havia assumido a ponta apenas na 35.º rodada. Já o Inter fica mais distante do sonho do título, já que a seis rodadas do fim, estaciona nos 52 pontos.
Outro bom resultado para o São Paulo foi a derrota do Flamengo para o Barueri por 2 a 0, na Arena.
E no São Paulo, ninguém escondia que a partida desta quarta era decisiva para o título na campanha pelo tetracampeonato, o sétimo título na história do clube. O técnico Ricardo Gomes era quem puxava o coro de "jogo decisivo". "É um confronto direto. O vencedor vai sair daqui mais fortalecido", disse.
O São Paulo não perdeu tempo e mostrou em campo sua escalação mais ofensiva. Com dois passes que resultaram em gol na vitória contra o Santos, o argentino Ádrian González, de novo como titular, era quem comandava as primeiras ações do jogo. Dessa vez sem sustos, sofreu um desmaio no treino durante a semana, coube ao lateral-direito movimentar o time no ataque, além de adiantar a marcação, pressionando os adversários já na saída de bola.
Mas quem levou perigo mesmo foi o Internacional. Primeiro em uma bobeira de Bosco, que no lugar do suspenso Rogério Ceni, deixou a bola quicar duas vezes na trave, antes de mandar para escanteio. Na segunda oportunidade dos visitantes, D´Alessandro cobrou falta e exigiu grande recuperação do goleiro. O duelo entre os dois ainda se repetiu aos 36 minutos, quando o meia apareceu sozinho na frente do camisa 22, que fez outra grande defesa.
A partida seguiu pegada, com os dois times brigando muito no meio-campo - Dagoberto e Índio, além de Giuliano, chegaram a distribuir pontapés -, mas sem lances decisivos. Hernanes e, até mesmo, o zagueiro Miranda arriscaram chutes, todos longe da meta de Lauro.
NOS ACRÉSCIMOS
Mas como em toda grande decisão que se preze, o primeiro gol saiu no detalhe, no último lance do primeiro tempo, aos 47 minutos. André Dias desviou uma cobrança de escanteio e o atacante Washington, até então pouco acionado no jogo, tocou para o fundo do gol. Na comemoração, ele foi até o centro do campo, se ajoelhou e beijou o escudo do São Paulo. "Foi um gol da persistência. Uma bola difícil que fui feliz", disse o camisa 9, autor de 11 gols neste Brasileirão.
E o gol animou não só Washington, como todo o setor ofensivo são-paulino. Dagoberto arrancou da intermediária, entrou na área, passou por dois zagueiros até adiantar demais e praticamente entregar a bola para o goleiro Lauro.
Ainda assim, quem aparecia com mais chances eram os visitantes. Miranda dominou a bola com o peito e, sem querer, tirou de Bosco. O zagueiro teve que correr para salvar em cima da linha. No lance seguinte, Índio apareceu sozinho na área, mas não teve calma e mandou por cima do gol.
A garoa apertava, o time da casa começava a bater a cabeça e os torcedores, convocados por jogadores e comissão técnica para o jogo da fria noite de quarta-feira, puxavam o hino do clube. E adiantou. Depois da metade da etapa complementar, o São Paulo passou a organizar melhor as jogadas, e Washington chegou a ter outras duas chances, mas, em ambas, parou nas mãos de Lauro.
A reação durou pouco. Bosco fez duas grandes defesas nos minutos finais e o time se fechou em seu campo de defesa, esperando o apito do árbitro Sandro Meira Ricci para garantir três pontos e assumir, pelo menos até quinta-feira, a liderança do Brasileirão para os já conhecidos gritos de "o campeão voltou".