Futebol

Brasil x Uruguai no Recife vira preocupação por causa do zika vírus

12 fev 2016 às 14:04

Marcado para o dia 25 de março no Recife, o clássico sul-americano entre Brasil e Uruguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 é motivo de preocupação fora do campo por causa do surto de zika em Pernambuco. A CBF está tratando a questão diretamente com o governo pernambucano e ações extras para proteger as duas delegações podem ser definidas em uma reunião que será realizada nesta sexta-feira.

Os dois jornais esportivos de Barcelona - Sport e Mundo Deportivo - deram matérias nesta quinta-feira falando do risco que os astros Neymar e Suárez correrão "ao jogar no epicentro do zika vírus" - o centroavante voltará a jogar pela seleção uruguaia depois de ter cumprido a suspensão de nove jogos que pegou por ter mordido o italiano Chiellini em jogo da Copa do Mundo de 2014. Ambos destacam que Pernambuco está em estado de emergência por causa do vírus. E a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) também mostra preocupação com a situação.


O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, tem mantido contato com o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), para tratar do tema. A entidade pediu ao governo para estudar a possibilidade de adoção de medidas extras de prevenção na semana do jogo. Membros do governo estadual deverão se reunir nesta sexta-feira para discutir o assunto - a CBF não terá representante no encontro.


A secretaria estadual de Saúde de Pernambuco informou que as medidas, por ora, serão as mesmas que já vêm sendo adotadas desde agosto. "Temos feito monitoramento constante em todas as cidades e indicado o uso de repelentes para a população", informou a assessoria de imprensa da pasta.


A CBF, porém, pediu "atenção especial" para o jogo que será realizado na Arena Pernambuco, nos arredores do Recife. A entidade preferiu não se manifestar antes de uma definição do governo sobre as medidas que serão adotadas para aumentar a proteção às duas delegações.


A AUF está preparando um protocolo de ações a ser utilizado durante a estada da seleção uruguaia no Brasil. As medidas sugeridas incluem a aplicação de repelente por parte dos jogadores, o uso de roupas compridas e até mesmo a realização de treinos durante os horários em que o Aedes aegypti é menos ativo - o mosquito é mais ativo durante o dia. A Associação Uruguaia não cogita pedir a mudança de local do jogo.


CALOR - Quem faz pouco caso sobre o local da partida é o técnico da seleção uruguaia, Óscar Tabárez. "O assunto dos mosquitos se resolve com repelente", declarou, em entrevista a uma rádio local. Ele só se mostrou incomodado com a mudança do horário do jogo, que originalmente seria à noite, mas foi antecipado para o meio da tarde - a partida será no feriado de Sexta-Feira Santa.

"Não é a mesma coisa jogar no Recife às 16 horas ou às 18 horas. Às 16 horas faz um calor muito diferente do que faz à noite. Vamos nos preparar para jogar onde for, mas deveriam respeitar a regulamentação", afirmou, alegando que a mudança foi determinada apenas na semana passada, sem respeitar o prazo de 60 dias de antecedência que prega a Fifa.


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