Joseph Blatter anunciou sua renúncia como presidente da Fifa e pediu novas eleições na última terça-feira, mas enquanto segue no cargo, até que o pleito seja realizado, tenta minimizar o estrago feito na entidade. Nesta quinta, ele revelou que já iniciou um processo de reforma na federação, após o escândalo de corrupção que estourou na semana passada graças a uma investigação da Justiça dos Estados Unidos.
Blatter comunicou que se reuniu nesta quinta com Domenico Scala, auditor chefe da entidade e responsável pela coordenação da nova eleição. Na pauta, estava o início de mudanças estruturais e administrativas "significativas" na entidade.
"Eu tive uma boa, construtiva reunião com o Sr. Scala para estabelecer um quadro para ações e um cronograma. Estou satisfeito por aceitar conselhos e ensinamentos do Sr. Scala", disse Blatter. "Eu quero um programa compreensivo de reforma e estou muito ciente de que apenas o congresso da Fifa pode passar estas reformas. No mais, o Comitê Executivo tem a tarefa particular de dividir a responsabilidade de dirigir o processo."
Com algumas diretrizes já definidas por Blatter e Scala, a Fifa deve discutir as propostas em seu próximo congresso. Mas nem o presidente da entidade nem o auditor chefe especificaram o que foi conversado nesta quinta.
A Fifa passa pela maior crise de sua história, depois que uma investigação norte-americana apontou para corrupção em diversas frentes da entidade. Alguns dirigentes da já foram detidos, inclusive o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e, como a federação continua na mira do FBI, a tendência é que haja novos casos nos próximos dias.
A situação encurralou Blatter, uma vez que pessoas próximas a ele estavam sendo investigadas e consideradas culpadas, e ficou insustentável. Como consequência, na última terça o suíço renunciou ao cargo, somente quatro dias após ser reeleito, e convocou novas eleições que devem acontecer entre dezembro deste ano e março de 2016.