Após o Grêmio conseguir em decisão judicial bloquear parte do valor da venda do atacante Lucas Pratto ao São Paulo, a diretoria do Atlético Mineiro se manifestou para apontar as razões que levam o clube a não pagar a dívida com o clube gaúcho sobre a aquisição do goleiro Victor, ainda em 2012, responsabilizando um imbróglio envolvendo o zagueiro Werley.
Há quase cinco anos, o Atlético-MG comprou Victor junto ao Grêmio por 3 milhões de euros, além de ter cedido 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley. O clube mineiro até pagou as duas primeiras parcelas do negócio, mas não quitou o último pagamento.
O Atlético-MG alega, porém, que ao emprestar Werley ao Santos no começo de 2015, por um ano, o Grêmio não passou qualquer valor da negociação ao clube e deveria ser ressarcido, assim como por uma outra cessão do jogador ao Figueirense. Assim, a diretoria da equipe defende que esse valor deveria ser abatido do total da aquisição de Victor. E o próprio Atlético acionou o Grêmio judicialmente para resolver esse caso.
"A história está no âmbito judicial. Temos a tese de que o Grêmio cedeu um jogador que o Atlético tinha os direitos econômicos, sem a autorização do Atlético. Por isso, o Atlético teria que ser indenizado", afirmou o diretor jurídico do Atlético-MG, Lásaro Cândido.
O dirigente garante não temer as ameaças do Grêmio de acionar a CBF para que o Atlético-MG receba sanções esportivas por causa da pendência financeira. "Se o Grêmio acha que deve tomar medidas na CBF, na Fifa, pode enviar todos os recursos", acrescentou.
A diretoria gremista acusa o Atlético-MG, além de não pagar a dívida, de nem aceitar conversar para fechar um acordo, apenas postergando o pagamento. Além disso, aponta que os empréstimos de Werley ao Santos e ao Figueirense foram gratuitos. Desse modo, o time mineiro não teria nada a receber.
Na última segunda-feira, um juiz determinou que sejam depositados ao Grêmio cerca de R$ 10,5 milhões do total do valor da venda de 50% dos direitos econômicos de Pratto por estimados 6,2 milhões de euros do Atlético-MG ao São Paulo para pagar a dívida por Victor. O time mineiro, porém, pode recorrer da decisão.