As jogadoras do Corinthians fizeram um protesto pouco antes da partida contra o Santos, válida pelo Brasileiro Feminino e disputada na Vila Belmiro. O ato ocorreu contra o técnico Kleiton Lima, que retornou ao clube do litoral mesmo após acusações de assédio por parte de 19 atletas ainda no ano passado.
Perfiladas no gramado da Vila Belmiro, as "Brabas" colocaram mãos na boca e no ouvido durante a execução do hino nacional. As santistas, no entanto, não repetiram o gesto contra o novo treinador.
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O ato, que tem referência ao fato de as atletas não serem ouvidas, foi executado novamente pelas jogadoras assim que Vic Albuquerque abriu o placar, ainda na casa dos três minutos, para o Corinthians,
O protesto também ocorreu na partida entre Avaí/Kindermann e Palmeiras, que começou às 20h. Na ocasião, as duas camisas 19 das equipes se viraram de costas enquanto as companheiras taparam a boca na foto oficial da partida -uma referência ao número de denúncias a Kleiton Lima.
O Cruzeiro publicou um vídeo no perfil oficial do clube. "Precisamos juntos lutar contra a cultura de assédio e violência, presente dentro e fora do futebol", diz a publicação.
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DE VOLTA AO CARGO
O Santos apresentou Kleiton como novo treinador da equipe feminina nesta terça-feira (12), em entrevista coletiva realizada na Vila Belmiro. Thaís Picarte, gestora de futebol feminino do clube, e Alexandre Gallo, coordenador de futebol, participaram.
O treinador havia sido demitido em meio às denúncias. Na época, as atletas escreveram cartas anônimas com relatos pessoais e assinaturas contra o homem. O documento foi enviado a Andrés Rueda, então presidente do clube.
Gallo iniciou a coletiva afirmando que a contratação de Kleiton foi avaliada pelo compliance santista. Ele ainda disse que apurou o episódio com a Polícia Civil de Santos e que o Peixe se sente "feliz" por tê-lo de volta. Já Thaís disse que o clube possui um compromisso "com a verdade".
O compliance do clube, que é bastante atuante e não é desta sexta-feira (12), desde o ano passado também, ele indeferiu qualquer situação negativa em relação ao Kleiton. A Polícia Militar, estive com eles também e, até agora, não trouxe nada. Eu, inclusive, fui um dos depoentes. Então a gente fica bastante tranquilo em relação a isso, seu caráter, a sua conduta, e desejo os parabéns por esse retorno. O Santos se sente feliz de ter você de volta Alexandre Gallo
O QUE DISSE KLEITON?
"Em relação ao que ocorreu ano passado, quero deixar de forma bem clara e transparente que eu não cometi nenhum tipo de assédio. Aquelas cartas anônimas com descrições insanas, levianas, não me pertencem. Sempre prezei minha vida profissional dentro de uma ética, tendo como riqueza os princípios e valores dados pelos meus pais, é isso o que passo para os meus filhos e para a minha família, com a esposa a qual sou casado há 27 anos. E é claro que aquilo me causou muita repulsa, muita revolta, indignação, mas eu, naquele momento, saí do clube para esperar essa apuração do Santos, esse processo administrativo, o compliance trabalhou".