O ataque contra o ônibus da seleção de Togo, em Angola, antes do início da Copa Africana de Nações, não trará impactos na Copa do Mundo da África do Sul, que será realizada neste ano, afirmou o chefe do comitê organizador do Mundial, Danny Jordaan.
Dois membros da delegação da seleção togolesa morreram neste sábado após uma emboscada na sexta-feira, afirmou um membro da equipe a uma rádio francesa.
O ataque com armas de fogo, no qual o motorista do ônibus morreu e sete pessoas ficaram feridas, ocorreu em Cabinda, uma província onde guerrilhas separatistas lutam há décadas.
"Isso não tem impacto na Copa do Mundo," afirmou Jordaan à Reuters de Luanda, onde ele está para ser comissário de partida na abertura da Copa Africana de Nações, neste domingo, no jogo entre Angola e Mali.
"O mundo entende que países soberanos são responsáveis pela sua própria segurança, e dizer que o ocorrido em Angola tem um impacto na Copa do Mundo da África do Sul é o mesmo que sugerir que, quando uma bomba explode na Espanha, ameaça a habilidade de Londres de sediar a próxima Olimpíada."
"É absurdo que a África do Sul seja manchada pelo que acontece em Angola, que não é sequer um de nossos países vizinhos."
Jordaan afirmou que o ataque foi um golpe para Angola, que sedia a Copa das Nações Africanas.
"Sinto muito pelos angolanos, porque eles gastaram bilhões arrumando suas cidades e construindo infraestrutura para este torneio. Este seria o evento que marcaria sua transição de décadas de guerra para uma nova ordem econômica e social. Nesse contexto, é um golpe."
Ex-jogador do ano a África e presidente da associação de futebol de Zâmbia, Kalusha Bwalya disse que o ataque era um grande regresso para o futebol africano.
"É um golpe muito ruim para a África e nosso futebol," disse. "É realmente inoportuno que algo assim aconteça nos meses anteriores à Copa do Mundo".