Conhecido pelo temperamento explosivo, o vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, apresentou um dos discursos mais ponderados sobre a crise política que afeta o clube desde a semana passada. Ataíde não tomou partido na briga entre o presidente Carlos Miguel Aidar e seu antecessor Juvenal Juvêncio e disse que o conflito deveria ter sido evitado. Ele culpou pessoas próximas à dupla, como responsáveis por fomentar a guerra.
- Infelizmente, existem satélites em volta dos comandantes que falam mais do que deveriam. Os satélites em volta do Carlos Miguel e do Juvenal Juvêncio deveriam tentar evitar isso, eu aconselhei os dois. Falei com eles para que não acontecesse. É o que devem fazer as pessoas que querem bem ao São Paulo. Sou vice do Carlos Miguel e tenho respeito pelo Juvenal, acho que a situação não poderia chegar a esse ponto incontrolável de agora - declarou Ataíde, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
O dirigente esteve nesta terça-feira no CT da Barra Funda. A visita acontece um dia depois de Juvenal ser destituído do cargo de diretor da base e fazer acusações graves contra Aidar. Entre elas, a de que ele estaria disposto a demitir Muricy Ramalho, Milton Cruz (coordenador técnico) e Gustavo Oliveira (gerente-executivo).
Ataíde tranquilizou os profissionais, disse que não haverá interferências na comissão técnica e que ele mesmo também não deixará o clube. O vice-presidente de futebol deve acumular o controle do profissional com a base até o fim do ano, quando Aidar deve definir um substituto para Juvenal.