Brasil e Áustria fizeram um amistoso bem morno nesta terça-feira, no Ernst Happel, em Viena. O público de 48.500 pagantes que lotou o estádio, cantou, aplaudiu a sua seleção, que segurou o rival boa parte do tempo e fez uma boa partida. Mas viu a Seleção Brasileira sair com a vitória por 2 a 1. Os gols foram no segundo tempo. O zagueiro David Luiz, num gol irregular - empurrou o adversário antes de cabecear - abriu o placar para o Brasil. Dragovic empatou cobrando pênalti.
No fim, vieram os dois fatos mais marcantes do amistoso. O golaço de Firmino, que garantiu a vitória. E o gesto de Neymar. Aos ser substituído aos 46 minutos para dar lugar ao zagueiro Marquinhos, o craque brasileiro fez questão de entregar (e colocar) a braçadeira de capitão ao zagueiro Thiago Silva, um gesto simbólico para acabar com a polêmica e mostrar que a dupla segue mesmo numa boa.
A Áustria adiantou a marcação e isso gerou dificuldade para os comandados de Dunga. Tanto que o único ataque de maior perigo nos primeiros dez minutos foi da Áustria, aos cinco minutos - embora o lance tenha terminado ao estilo de comédia pastelão: após levantamento na área, o atacante Okotie subiu e colocou a bola nas redes usando as duas mãos, na frente de todo mundo, levando cartão amarelo e arrancando risadas do zagueiro David Luiz.
Enquanto o Brasil não se encontrava e tirando um lance em que Neymar levou uma falta de Ilsanker nem passava perto da área austríaca, o time da casa estava animado. Sempre atacando pela esquerda, Arnautovic cruzou e Filipe Luis, tentando tirar, quase fez contra aos 14 minutos. E continuou jogando de igual para igual diante de um Brasil que não tinha inspiração.
Aos 26, novo susto. Miranda sentiu a coxa esquerda. Antes de sair, por pouco não comprometeu sua atuação, quando não conseguiu chegar a tempo de evitar uma cabeçada de Okotie que foi na trave. O titular saiu e Thiago Silva, o ex-capitão das últimas polêmicas, entrou.
Somente depois dos 30 minutos foi que o Brasil mostrou-se mais incisivo. Aos 33, num chute de longe de Oscar, sem grande perigo, deu seu primeiro chute. Aos 37, teve uma boa chance numa cobrança de falta de David Luiz que passou raspando a trave. Aos 43, Neymar achou Danilo dentro da área. O lateral tentou cavar um pênalti. E o mau primeiro tempo terminou nisso.
No segundo tempo o Brasil veio postado para empurrar a Áustria para a sua defesa. E começou a dominar a intermediária. Mas o jogo seguiu morno. Aliás, estava bem mais quente nas arquibancadas, com as dezenas de torcidas organizadas da Áustria fazendo uma bonita festa com seus cantos. Quando começaram as substituições, saiu o gol brasileiro. A boa cobrança de escanteio de Oscar pela esquerda encontrou a cabeça de David Luiz aos 18 minutos. Foi um tiro de cabeça. Brasil 1 a 0.
O jogo a partir daí ficou mais equilibrado no setor de criação. Mas quando Weimann entrou, aos 26 minutos, colocou fogo no jogo. A Austria se lançou, deu uma sufocada no Brasil e conseguiu um pênalti aos 30 minutos, ele invadiu a área e foi calçado por Oscar (que logo depois do lance foi substituído).
O zagueiro Dragovic cobrou e marcou o primeiro gol que a Seleção sofreu nesta Era Dunga.O jogo encaminhava para o empate. Mas aos 37 minutos, após receber a bola de Filipe Luis, o atacante Firmino, que entrara no lugar de LUiz Adriano, acertou um chute espetacular de fora da área. Um golaço que justifica as notícias de que 12 clubes da Europa estão interessados nesse garoto que teve uma passagem pelo Figueirense antes de seguir para o sucesso no futebol alemão.
No fim do jogo a Áustria buscou o empate, enquanto o Brasil se fechou. Para segurar o resultado, nos acréscimos, Dunga tirou Neymar e colocou o zagueiro Marquinhos. Ao sair, o camisa 10 entregou a braçadeira para Thiago Silva, que voltou a ser, por alguns momentos, o capitão. Um bom gesto para fechar um ano difícil para a Seleção, que após o vexame da Copa venceu seus seis jogos. E pelo visto dá para dizer que tem um capitão titular e um reserva.