Insatisfeitos com um veto da presidente Dilma Rousseff a um dos itens da Medida Provisória 671, sancionada na quarta-feira e transformada na Lei 13.155, os árbitros brasileiros podem até entrar em greve. O presidente da Associação dos Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antônio Martins, disse nesta sexta-feira que convocará uma reunião para debater a paralisação da categoria. Porém, ele alega que isso seria a última medida e descartou que possa ocorrer já neste fim de semana do Brasileiro. Porém, o juízes planejam fazer protesto simbólico na rodada.
"Vamos fazer uma assembleia na semana que vem em cada estado, e a minha proposição é essa (de greve). Não temos outra solução, acho que tem que tomar uma medida drástica. Claro que a greve é a última medida a se tomar, mas acho que é o caso. Lutamos muito por esse direito, e o Poder Executivo, acho que por pressão da bancada da bola, que defende o interesse dos clubes, vetou o artigo. Mas vamos ouvir a categoria, os árbitros", declarou Marco Antônio ao 'GloboEsporte.com'.
A revolta dos árbitros é porque o parágrafo 1º do artigo 42, que dava direito aos juízes de um repasse de 0,5% dos valores de direito de arena, vindos de transmissão de TV, foi vetado. A Associação dos Árbitros calcula que deixará de receber de R$ 7 milhões a R$ 9 milhões com a decisão. Árbitro brasileiro na última Copa do Mundo, Sandro Meira Ricci não escondeu a sua insatisfação com o veto. Porém, o juiz acredita que falar de greve agora ainda é muito cedo.
"Eu soube só agora sobre isso (possibilidade de greve), ninguém havia me falado sobre isso. Obviamente que não ficamos felizes com o veto, porque tínhamos uma expectativa muito grande de ter um reconhecimento maior para a categoria através desse 0,5%, mas acho que em toda categoria a greve tem que ser o último recurso. Acho que nem o primeiro recurso foi gasto. Está muito cedo, muito mesmo, para começar a falar em greve. Temos outras alternativas a serem adotadas", opinou o árbitro.