O meia Thiago Neves, do Cruzeiro, criticou as decisões tomadas pelo técnico Rogério Ceni para escalar o time nesta quarta-feira para enfrentar o Internacional, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pela semifinal da Copa do Brasil. Depois da derrota por 3 a 0 e da eliminação, o jogador se mostrou insatisfeito com as escolhas do treinador e afirmou que o excesso de improvisações e a falta de treinos com a formação escolhida atrapalharam o rendimento.
O Cruzeiro foi a campo com a necessidade de reverter a derrota por 1 a 0 sofrida no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, na partida de ida, porém jogou mal e acabou dominado pelo adversário. "Você mudar três, quatro nomes para uma semifinal é muita coisa. Fazer quatro mudanças é muita coisa em um time que já está formado. É difícil, complicado. Conseguimos fazer um bom primeiro tempo, mas o gol acabou sendo um balde de água fria para o time", disse Thiago Neves na saída de campo.
Para definir a equipe, Rogério Ceni colocou o volante Jadson como lateral-direito e no segundo tempo, com a lesão do zagueiro Dedé, passou para o setor o volante Henrique. Outras alterações de última hora foram o meia Robinho posicionado pela ponta e a escalação de uma formação sem centroavante fixo. Fred ficou no banco de reservas, enquanto que Pedro Rocha e David foram titulares.
Thiago Neves lamentou que o Cruzeiro só soube da escalação pouco antes da partida e, por isso, o time não conseguiu ter um bom desempenho. "Foi na preleção, duas, três horas antes do jogo (quando os jogadores souberam da escalação). Eu achei muito em cima da hora. Você improvisar jogador em uma linha que estava formada há dois anos. Nada contra, é óbvio que a gente quer ganhar, os jogadores que entraram foram bem, mas é muita coisa para uma decisão. O time sentiu o entrosamento", comentou.
Depois da partida, Rogério Ceni afirmou que o Cruzeiro não teve boa atuação e culpou os erros de passes dos jogadores. "Nós erramos muitos passes. Acho que isso foi o principal motivo (para a derrota). Contra o Vasco já erramos muitos passes, agora nesse jogo mais do que o Vasco, quase 60 erros entre perda de bola e passes errados. Sem o princípio básico do jogo, você dificilmente consegue agredir o adversário", afirmou.
O treinador explicou ainda o motivo de não ter escalado Edilson na lateral direita. O jogador seria a alternativa natural para a ausência de Orejuela, convocado para a seleção colombiana, mas acabou fora do time após dizer em uma entrevista publicada na última segunda-feira que não estava em plenas condições. O escolhido para a função foi improvisar o volante Jadson.
"O Edilson deu uma entrevista na segunda-feira, que tinha poucos minutos de jogo. O último jogo completo do Edilson foi no dia 12 de maio. Vamos completar quatro meses que o Edilson não joga 90 minutos. Ele deu uma declaração que ele precisava de mais minutos, era um jogo decisivo. Eu, ao menos, quis colocar um jogador que eu treino com ele nessa posição e ele tenha condição física para aguentar 90 minutos", completou Rogério Ceni.