Futebol

Após boa campanha, volante vê Argélia com novo status

01 jul 2014 às 13:59

Se a referência do futebol argelino era a geração que disputou a Copa do Mundo de 1982 e de 1986, a campanha da Argélia na edição deste ano deu novos motivos para o país se orgulhar. Pela primeira vez a seleção do norte da África passou de fase em um Mundial, feito ainda inacreditável para o volante Medhi Lacen, que participou na segunda-feira da derrota de sua equipe por 2 a 1 para a Alemanha, nas oitavas de final do torneio no Brasil.

"É difícil nos darmos conta do que realizamos durante essa Copa", disse Lacen, depois de dura partida disputada na segunda-feira em Porto Alegre - após empate por 0 a 0 no tempo normal, os alemães conseguiram o triunfo na prorrogação. "É incrível pensar que conseguimos superar a geração de 1982/1986", disse o jogador nascido em Paris, na França, mas que optou por defender a Argélia.


Apesar de não ter passado de fase nas participações anteriores, os argelinos tinham como maior feito a vitória por 2 a 1 sobre a Alemanha Ocidental, na estreia do Mundial de 1982. Depois, a equipe do atacante Rabah Madjer perdeu por 2 a 0 para a Áustria e bateu o Chile por 3 a 2 na terceira rodada, mas foi eliminada porque o triunfo alemão por 1 a 0 sobre os austríacos na última partida classificava ambas as seleções europeias - esse confronto ganhou o apelido de "Jogo da Vergonha".


"Desde que estou na seleção que falam dos times de 1982 e 1986. Não era bem uma forma de pressão, mas sempre foi um ponto de referência. A cada partida, antes de cada torneio, voltam a falar daquela equipe e das suas façanhas, de Madjer, de Belloumi, de Noureddine Kourichi, que estão aqui conosco", disse Lacen, que disputou também a Copa de 2010, depois de 24 anos de ausência da Argélia no torneio - na ocasião, a seleção também caiu na primeira fase.

"Agora precisamos saber que seremos mais aguardados pelas outras equipes e não ter medo de assumir esse status e esse potencial", afirmou o meio-campista, que não acha que a Argélia deu sorte em dar tanto trabalho aos alemães. "Não foi por acaso que tivemos boas atuações e resistimos à Alemanha. Acho que já estávamos entre as três melhores seleções do futebol africano há alguns anos e dessa vez comprovamos isso", disse o volante argelino, jogador do Getafe (Espanha).


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