O técnico da Alemanha, Joachim Löw, agradeceu nesta segunda-feira à seleção francesa pelo apoio que os seus jogadores receberam durante o triste episódio ocorrido na última sexta-feira, em Paris, onde os atletas do time nacional precisaram permanecer no Stade de France após o amistoso entre os dois países.
Por razões de segurança e por causa do clima altamente tenso em Paris, onde na última sexta mais de 120 pessoas morreram vítimas de ataques terroristas, os jogadores da seleção alemã acabaram dormindo no estádio onde horas mais cedo foram derrotados por 2 a 0 pela França. Durante a realização do confronto, os atletas puderam ouvir explosões oriundas de atentados que ocorreram nos arredores do Stade France.
Inicialmente, os alemães iriam embarcar de volta para o seu país em um voo marcado ainda para a noite de sexta, mas viajaram apenas no sábado pela manhã em um voo fretado, sem sequer passar pelo hotel onde ficaram hospedados na capital francesa. O hotel, por sinal, precisou ser evacuado no dia do confronto por causa de uma ameaça de bomba que forçou a seleção alemã a deixar o local.
Em solidariedade aos alemães, a seleção francesa também passou a noite no estádio da partida, o que foi exaltado por Löw nesta segunda. "Acho que este foi um grande gesto da seleção francesa e do (técnico) Didier Deschamps", afirmou o técnico nesta segunda-feira, um dia antes do amistoso que a Alemanha fará com a Holanda em Hannover, às 17h45 (de Brasília) desta terça.
Na noite da última sexta, o comandante chegou a dizer que todos da seleção estavam "tremendo e chocados" com os atentados em Paris, onde o treinador ainda chegou a dizer que a França ofereceu aos alemães hospedagem no hotel em que a seleção local estava. "Eles nos ofereceram a noite no seu hotel e deixaram claro que liberariam um número de quartos. Ele também esperaram também até que ficasse claro que voaríamos direto para a Alemanha", completou Löw.
Por causa dos atentados da última sexta, a Federação Alemã de Futebol (DFB) chegou a considerar a possibilidade de cancelar o amistoso desta terça diante da Holanda, mas acabou desistindo da ideia após a seleção sequer ter treinado no domingo - a atividade prevista para o dia foi cancelada.
Löw enfatizou que o futebol não pode se render ao terrorismo e parar por causa do horror. "Ficou claro para nos que a partida deve acontecer. O jogo tem uma mensagem clara para liberdade e democracia, mas também para solidariedade com a França", afirmou o técnico, para depois também ressaltar: "Nossos pensamentos amanhã estarão com as vítimas e suas famílias".