A crise técnica do time e os problemas de relacionamento dos jogadores colocaram em xeque a competência e a personalidade de Andrade no comando do Flamengo. A insatisfação só cresceu com a derrota para o Botafogo na final da Taça Rio, que impediu o tetracampeonato estadual.
No entanto, Andrade permanece como treinador pelo menos até quarta-feira, dia do jogo decisivo contra o Caracas, pela Libertadores, que vale classificação para as oitavas de final. A decisão foi tomada após uma reunião de quatro horas entre a presidente Patrícia Amorim, seu marido, o economista Fernando Sihman, o vice-presidente geral, Hélio Ferraz, e o vice de futebol, Marcos Braz.
Em caso de eliminação da Libertadores, porém, o técnico do Flamengo para o Campeonato Brasileiro será outro. Alguns nomes já começam a circular nos corredores do clube. Muricy Ramalho, cobiçado também pelo Fluminense, e Celso Roth ganham força pela postura severa e enérgica.
No encontro desta segunda-feira, Patrícia foi taxativa: se continuar, Andrade precisa administrar melhor o comportamento dos jogadores. Ela, porém, não depositou toda a responsabilidade sobre os ombros do técnico. A presidente quer comprometimento dos atletas. Assim, a política de privilégios - principalmente com relação a Adriano - está com os dias contados.
"Houve um pedido da presidente para que seja mudada a filosofia. Ela quer uma exposição menor dos jogadores e isso será passado com transparência a eles. Ela deseja mais comprometimento com a instituição e não só com os resultados", contou Braz após o almoço. "Temos que detectar os problemas, ter humildade de reconhecê-los e mudar. A começar por mim. O caldo entornou e precisamos de tranquilidade neste momento", pregou o dirigente.